Capítulo Único.

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Apryl

Saí do belo ateliê em que trabalhava, no Arco-íris de Velaris, junto da Grã-Senhora e de outras duas  professoras. Nele, ajudavamos e educavamos crianças, e até alguns adultos, que perderam suas famílias e entes queridos em um dos conflitos da guerra de Hybern. A arte os ajudava a se expressar, a pôr tudo para fora, era uma forma de liberdade.
A Grã-Senhora, Feyre, teve a ideia de inaugurar o lugar para ajudar a todos a curar as feridas expostas e as dores.

Naquele final de tarde, porém, decidimos que iríamos beber alguma coisa no Rita's para comemorar o sucesso que o ateliê estava tendo havia um ano.

Conversamos durante 20 minutos antes do Grão-Senhor, Rhysand, parceiro de Feyre, se juntar a nós no bar. A presença dele fez todos ficarem admirados, e ele dirigiu sorrisos para todos como cumprimento, e se juntou a nós em nossa mesa do lado da janela, sentando-se ao lado da parceira. Eles trocaram selinhos e olhares carinhosos, Rhys passou o braço pelos ombros dela, enquanto tinham as casuais conversas mentais.
Ele chegara acompanhado por dois illyrianos, o General e o Mestre Espião, membros de sua corte. Ambos os machos sentaram-se em outra mesa depois de darem acenos de cumprimento para Feyre.

Conseguia ver uma babinha escorrendo no canto da boca de Circe, a professora de arte abstrata que estava sentada do meu lado, enquanto ela olhava para os machos sentados duas mesas para frente da nossa. Eles tinham acabado de pedir suas bebidas.

— É um prazer vê-las novamente, damas — Disse Rhys depois de um momento.

— O prazer é todo nosso, Rhysand — Dissemos em uníssolo com sorrisos de pura admiração. Ele dissera certa vez que era para o chamarmos pelo nome, ao invés de usarmos seu título, já que trabalhávamos com sua parceira.

— Vocês todas parecem bem, fico feliz que tenham vindo comemorar — Continuou ele — Foi maravilhoso o que vocês fizeram pelas crianças de Velaris, como as ajudaram a superar seus traumas. E ajudaram a minha parceira a realizar um sonho — Sorriu para Feyre e depois para nós. — Muito obrigado por tudo.

Circe e Erika (a outra professora) coraram e assentiram. Eu devolvi o sorriso que ele nos ofereceu.

— Nós é que devemos agradecer. Esse ateliê é um sonho realizado para nós também — Olhei para Feyre, agradecida, por ela ter me acolhido como professora em seu espaço. Ela assentiu e sorriu para mim.

•••

Três rodadas de bebidas depois, eu estava animada pra caralho. Nós havíamos conversado muito, principalmente sobre nossos alunos e suas obras.
Agora, no entanto, Circe estava dormindo por causa da bebedeira e Erika ria descontroladamente. Rhys e Feyre haviam se soltado mais, trocando flertes e piadinhas maliciosas entre si. Vê-los era divertido e excitante ao mesmo tempo.
A música parecia estar tão animada quanto eu, e logo me embalei na melodia. Puxei Erika para dançar comigo, junto de várias outras pessoas que também estavam se movimentando na melodia.

Ao som do violino, do alaúde, de uma flauta e uma delicada arpa, a música fluía das janelas até a rua. Era magnífico.

Dancei com machos e fêmeas diversas vezes, me divertindo, e nada mais importava.
Parecia que a magia emanava de todos, cintilava, e nos unia de uma forma que só a música era capaz de fazer.

Azriel

Cassian, sentado ao meu lado, me deu um tapa na nuca.

— Está olhando demais — Murmurou ele, enquanto virava outra caneca de bebida. Minhas sombras murmuraram em concordância.

Revirei os olhos, sem desviar minha atenção de uma bela Grã-feérica de cabelos levemente rosados, pele alva e cheia de sardas,  que dançava e sorria no meio da multidão animada. Ela brilhava e seus movimentos pareciam criar uma hipnose.

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