━━ 𝐅𝐔𝐊𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐈𝐙𝐔𝐒𝐇𝐈 | 両面宿儺
[Nome] vinha sofrendo
com pesadelos há
semanas, até que em uma
noite ela acaba visitando
sem querer o Lorde que
habita o Santuário
Malevolente dos Pesadelos Inatos.
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Você se viu ser conduzida pelas sentinelas pelos corredores estreitos sem poder fazer nada. Seus braços eram firmemente segurados atrás de seu corpo, e dessa forma, sua chance de reação ou resistência era nula. Caminhava de cabeça baixa.
Ao pararem diante de uma grande porta preta com detalhes em tons de vermelho acobreado, ergueu seu olhar para ver a passagem ser aberta, vislumbrando o que parecia ser uma ampla sala ou algo do tipo.
Você calculava que ali deveriam ficar as celas ou calabouços, deveria ser onde infligiam torturas e todos os horrores do tipo...
Mas surpreendentemente, ao olhar ao redor, viu que o local não era nada disso. Pelo contrário. Do lado direito, havia uma grande lareira acesa com fogo crepitante, – o que conferia um ar aconchegante ao ambiente – mais à frente, um espelho negro enorme que ia do chão até o teto, e logo de frente para o mesmo, uma cama, grande o suficiente para que acomodasse quatro pessoas adultas sem esforço.
Até mesmo o chão não parecia mais aquela escuridão de água infinita – era como mármore, brilhante e polido. As portas atrás de si foram fechadas com um estrondo, e então estava sozinha.
Você olhou ao redor mais uma vez e ficou perplexa.
É isso o que chamam de cela por aqui?
Parecia uma piada. Geralmente o conceito de cela era que fosse um lugar desagradável, escuro e frio... nada parecido com o que estava diante de seus olhos.
De qualquer forma, a última coisa que faria era reclamar, visto que poderiam levá-la para outro lugar alegando que houve algum engano.
Permitiu-se sentar-se diante da lareira e relaxar, observando a movimentação das chamas. Agora com mais tranquilidade, queria repensar toda essa situação.
Fez questão de trabalhar com a mente, de forma a puxar todas as memórias que possuía dos pesadelos recorrentes para analisá-las melhor, esperando que enxergasse as coisas com mais clareza.
Sukuna havia dito algo que a intrigou profundamente: que estava ali por vontade própria. E ao que indicavam os fatos, ele mesmo estava admirado com essa capacidade. Quando se referiu a você ter conseguido entrar em seu Reino... ele falou como se você estivesse tentando há muito tempo. Isso faria algum sentido?!
Por mais que parecesse estranho, sentia que tudo o que estava vendo e vivenciando era familiar de alguma forma. Era como estar presa em uma constante sensação de deja vù.
Algumas pessoas possuem a capacidade de visitar outras dimensões quando dormem e suas almas se desprendem do corpo...
Cada linha daquele artigo se repetia em sua mente.
Vislumbres em imagens de você fugindo desesperadamente vieram em um flash. Sukuna falou sobre você estar consciente dessa vez...
Era isso. Sem dúvidas estava vivenciando essa espécie de sonho lúcido. Mas por que as percepções pareciam tão físicas?
Tudo o que vinha lhe atormentando o sono nos últimos tempos... era esse lugar. Porém, de outra perspectiva. Do lado de fora.
Você via com perfeição – como se estivesse assistindo a um filme – os momentos em que circundava a fortaleza que era o Santuário Maleficente, tentando adentrar. A dúvida que lhe corroía agora era por que raios vinha tentando fazer isso.
Por que sua alma fora atraída até aqui?
Por que queria forçar sua entrada em um lugar como aquele?
Como conseguira e por que quando finalmente estava ali não se lembrava de nenhum dos motivos?
Sua cabeça girava. Todo o peso daquelas dúvidas parecia demais para ser suportado; só queria retornar para seu lar, mas como faria isso se nem ao menos sabia como tinha chegado até ali?
Quando você se afogava em remorso e tristeza por não saber o que fazer, as portas se abriram de repente. Imediatamente ficou de pé, vendo ninguém menos que Sukuna adentrar o recinto.
Você se pôs em alerta, pois pensara que ele demoraria mais tempo para vir te interrogar. Ou torturar. Ou os dois.
Ele estava diferente de antes. O kimono branco estava parcialmente aberto, deixando seu peitoral e abdômen definidos e tatuados parcialmente à mostra. Isso apenas deixava sua imagem ainda mais imponente ao seu ver. Os cabelos estavam levemente desgrenhados.
Não saberia dizer se foi mais tranquilizador ou assustador ver que a surpresa no semblante dele era praticamente a mesma que a sua.
A sua postura imediatamente se enrijeceu, temendo mais a presença do homem a cada segundo que se passava.
— O que você pensa que está fazendo aqui? – indagou ríspido.
Você não entendia o porquê dessa pergunta, a confusão era clara em seu rosto.
— Me trouxeram até aqui. – Sukuna te analisava. — Estavam seguindo suas ordens.
Você falou isso esperando que ele parasse de te encarar com toda aquela dúvida e desconfiança estampada nos olhos, afinal, não fazia sentido algum questionar as próprias ordens e nesse momento você sabia tanto quanto ele. E, se ele, que era o Lorde desse lugar não sabia o que estava acontecendo, quem era você para saber?
— Não é possível. – ele praguejava enquanto olhava ao redor com desdém, e embora você quisesse perguntar o que, se conteve. — Mandei que a levassem a uma cela, não ao meu quarto.
Ele falou por fim, como se fosse capaz de ler seus pensamentos. E agora as coisas começavam a fazer um pouco de sentido. Então de fato, esse lugar não era uma cela, mas sim um quarto.
O quarto dele.
Sukuna ponderava com calma pensando sobre o que deveria fazer. Seu quarto era o único local de todo aquele Santuário em que os guardas não ficavam escondidos nas trevas; se quisesse pedir sua remoção dali teria que ir até o terceiro corredor mais próximo para convocá-los.
Olhando melhor para seu corpo e sua face corada devido à proximidade do fogo, um sorriso ladino pairou em seus lábios. Por mais que uma ideia um tanto perversa estivesse passando por sua mente, ainda tinha seus receios quanto a executá-la.
Mas eles foram se dissolvendo assim que viu seus olhos passeando discretamente pelos seus músculos expostos e descendo um pouco mais. Seu maior defeito sempre foi essa curiosidade...
Quando seus olhares se encontraram, ele soube e sentiu em cada átomo de se corpo que aquele engano não havia acontecido por acaso – o reflexo exato de seus anseios estava perfeitamente contido em seus olhos.