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Como alguém seria capaz de me amar, se eu mesma não me amo? Esse era o pensamento mais recorrente na minha vida. Tudo o que eu fazia parecia errado, desde o jeito que eu agia até o modo como eu me vestia. Nada nunca parece certo quando feito por mim. Eu não era uma garota comum, na verdade muitos me achavam bem estranha, eu gostava de ler sempre tirava as melhores notas e odiava ir a festas. O que para muitos é quase um ultraje - como se eles soubessem o significado dessa palavra.
Esse era para ser mais um dia comum na minha vida, eu iria para a escola, faria tudo o que eles pedissem, voltaria para casa, faria meus deveres e depois leria algumas páginas do meu livro. Saio do carro, colocando minha mochila no ombro andando em direção a entrada do prédio, passando e esbarrando em alguns alunos.
- Ei, olha por onde anda - diz um garoto do time de futebol americano quando esbarro nele. Mas o ignoro continuando a andar, agora olhando para os meus pés, enquanto sentia minhas bochechas ficando vermelhas pela vergonha.
Paro em frente ao meu armário, respirando fundo para tentar ficar mais relaxada. Tento abri-lo mas por algum motivo ele não estava reconhecendo a minha senha, e eu sortuda do jeito que sou, acabo derrubando a minha mochila, aberta, fazendo derrubar todos os meus livros e cadernos no chão. Me abaixo recolhendo-os , tentando empilhá-los nos meus braços, tento levantar, e, com um pouco de dificuldade, consigo fazer esse ato sem derrubá-los de volta em direção ao solo. Coloco todas as coisas dentro do armário, com um pouco de dificuldade, quando sinto um cutucão no meu ombro, e me viro para ver a pessoa, vendo um garoto de pele avermelhada, cabelos pretos e olhos castanhos. Um típico garoto da reserva quileute. Ele me estendia uma folha, quando vou pegá-la, o contato da pele das nossas mãos causa uma corrente de choque me fazendo afastá-la antes mesmo de pegar o papel. Ele continuava a me olhar, sempre fixo nos meus olhos me fazendo imediatamente ficar vermelha pela tamanha intensidade de seus olhos sobre mim.
- Oi - Cumprimentei o garoto parado em minha frente, mas não recebi resposta.
Ouço o sinal tocar e os corredores começarem a ficar movimentados. Pego a folha de sua mão - o que parece ter feito acordar ele do "transe" -, a guardando no armário, logo em seguida fechando-o. Saio em direção a minha sala, mas sou parada pelo desconhecido, que puxa meu braço com delicadeza, fazendo aquela mesma sensação voltar mas dessa vez não me afastou, ao contrário olho para ele que me dá um lindo sorriso.
- Eu queria saber o seu nome - ele tinha um olhar tão carinhoso, um olhar que ninguém nunca me deu.
- (...) - olho para os corredores, agora quase vazios, lembrando que teria que fazer a recuperação. - Desculpa, eu preciso ir.
Saio em passos rápidos em direção a minha sala. Quando chego ao meu destino, minha respiração, que estava descompassada, começa a ficar normal. Eu nunca havia me sentido assim antes, nunca em toda a minha existência. Era quase visível, mesmo sendo loucura, ver amor em seus olhos, o carinho, a compaixão, a rendição e a adoração que tinha, que sentia por mim.