Capítulo 6 - Um Perigo Que Vem do Passado

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O despertar depois daquela noite no bar foi diferente para Lena. Estava ansiosa, com frio na barriga. Mal podia esperar para poder abrir seu coração para Kara, e sabia que aquilo mudaria sua vida completamente. E de alguma forma sabia que mudaria para melhor. Ainda assim, estava nervosa, não sabia exatamente como faria aquilo, o que falaria para Kara. Pegou-se várias vezes ensaiando um discurso mentalmente ou na frente do espelho.

Era um domingo de manhã, um dia de sol e céu aberto. Lena inspirou-se para uma caminhada ao ar livre, achou que faria muito bem para colocar as palavras em ordem na sua cabeça. Andou até o parque, sem prestar muita atenção em seus arredores. E foi logo na entrada do parque que Lena foi abordada por um homem.

— Lena? Lena Luthor?

Lena parou e olhou para o homem. Aquele homem de cabeça raspada e barba por fazer parecia alguém conhecido, mas não tinha certeza... demorou um pouco para reconhecer.

— Não se lembra de mim? — Disse o homem ao perceber a dúvida no rosto de Lena. — Max, nos conhecemos há alguns anos em Paris?

— Oh... sim, Max. Desculpe. Você... está bem diferente de como parecia naquela época.

— Você tem razão, não nos vemos há muito tempo mesmo. Quer dizer, eu sempre via você na mídia, mas não é a mesma coisa. Ao contrário de mim, você não mudou nada. Continua muito bonita, como sempre.

— Estou surpresa em te ver aqui... o que faz em National City?

— Vim ver você.

— O que? — Lena começava a se mostrar incomodada, olhava para os lados como quem procura uma rota de fuga. Lembrou-se do que passou com aquele homem no passado.

Max percebeu a reação de Lena, sua expressão, sua postura. Sabia que ela estava receosa de estar ali com ele, não tinha a menor dúvida sobre o que poderia causar em Lena quando resolveu vir atrás dela.

— Não se preocupe, Lena. Eu mudei. Só queria voltar a te ver.

Max fez menção de dar um passo na direção de Lena, o que causou seu reflexo imediato, fazendo com que ela desse um passo atrás. Qualquer um que a visse, saberia que ela não estava à vontade na presença daquele homem.

— Eu mudei, Lena. Não sou mais aquele cara que você conheceu, pode confiar. Poderíamos tomar um café para conversar melhor, o que me diz?

— Eu não acho que seja uma boa ideia. — Lena deu um passo para trás.

— Vamos, Lena, por favor. Eu cruzei o oceano inteiro só para ver você. É só um café, não vai fazer mal.

— Max, eu realmente acho que não é uma boa ideia. Me tranquiliza ouvir você dizer que mudou, que está diferente, mas ainda assim eu não acho que seria bom ou confortável para mim. Espero que entenda.

O olhar sem expressão daquele homem para Lena era indecifrável naquele momento, mas ele fingiu aceitar que não conseguiria o que queria. Com um sorriso ainda mais enigmático que seu olhar, voltou a falar:

— Está bem, eu compreendo. Quem sabe não nos encontramos por acaso novamente em alguma outra oportunidade, em um outro passeio. Espero realmente que você esteja bem.

Como Lena não respondeu, Max continuou:

— Eu estarei na cidade por mais alguns dias, tenho certeza que nos veremos novamente qualquer hora dessas. Vou indo. Até logo, Lena.

Antes de virar-se e ir embora, aqueles olhos vidrados gelaram a espinha de Lena. Max não lhe trazia boas lembranças, e aquilo a apavorava. Apertou seu passo de volta para casa, sempre olhando para trás para garantir de alguma forma que não estava sendo seguida. Precisava sair dali. Precisava estar com seus amigos, com Kara. Kara que lhe trazia tanta segurança, que abrandaria aquele pavor que tomava conta dela naquele instante.

Você e Ninguém MaisOnde histórias criam vida. Descubra agora