[...]Depois daquele acontecimento, Kei te levou até o carro do mesmo e a levou até um apartamento no qual você não conhecia. Ele te ajudou a sair do carro, segurando sua mão até subirem no elevador e te direcionou até a porta. Abriu a porta e vocês entraram. Seus olhos percorreram todo o espaço, era todo branco com os móveis em um tom de cinza, bem claro.
Perdeu o loiro de vista, assim que parou de avaliar o local, andou alguns metros e se viu parada em frente a sacada que havia ali. Estava chovendo, e você amava a chuva mas odiava o barulho dos trovões. Odiava o clarão que os relâmpagos faziam. Uma lembrança passou por sua mente.
— Não precisa ter medo dos trovões [Nome], não seja bobinha. — escutou sua mãe dizer, estava encolhida no canto do quarto, com a cabeça no meio das pernas, chorando baixinho.
— Mas meus ouvidos doem, o barulho é muito alto.— você disse baixinho, sentiu sua mãe se agachar a sua altura e passar a mão em sua cabeça
— Vai ficar tudo bem, a mamãe tá aqui com você.— ela disse, você levantou a cabeça para encará-la, sua bochecha estava arroxeada e vermelha, mas ela estava com um sorriso gentil no rosto. — O que acha de irmos na cozinha tomar um sorvete juntas?— ela disse segurando sua mão
— Tudo bem... —
Sentiu alguém tocando seu ombro, desviou o olhar da paisagem a sua frente encarando o loiro. Ele direcionou as mãos para seu rosto, secando uma solitária gotícula de lágrima que corria pela sua bochecha, fechou os olhos sentindo o mínimo contato.
— Tudo bem? — ele disse fazendo um pequeno carinho em sua bochecha
— Tudo bem... Só lembrei de uma coisa. — disse tentando virar seu rosto novamente para a paisagem
— Do que se lembrou? — ele disse segurando seu rosto, com as duas mãos. — Me conta, estou te ouvindo... — ele esperou
— Da minha mãe...— você disse olhando-o nos olhos.— De como ela me distraía por conta da chuva.—
— Tinha medo? Da chuva? — ele disse olhando o vidro da sacada molhado. Você concordou com a cabeça.— O que fez você mudar de ideia? Sobre o medo?—
— Ela me ensinou que havia outras coisas a temer.—você disse encarando o vidro, assim como o loiro fazia. — Coisas como meu pai.—
— Entendi.—
Ele apenas lhe observou com uma cara de quem realmente entendia a situação, como se já tivesse passado por aquilo. Uma expressão de dúvida pairou em seu rosto, quando o loiro fixou seu olhar na paisagem, assim como você estava a segundos atrás. Como se a mente do mesmo não estivesse ali.
— Kei? — elevou suas mãos até elas entrarem em contato com a pele do loiro, virou seu rosto para si.— Tudo bem? — ele a olhou nos olhos e piscou, como se tivesse voltado a realidade
— Oi... Tudo sim, só me lembrei de uma coisa também...— antes mesmo de abrir a boca para perguntar o que ele havia lembrado, ele mesmo lhe explicou.— Minha avó me disse uma coisa parecida, uma vez.—
— Sobre o medo? — ele concordou com a cabeça
— Sim, exatamente sobre o medo.— ele disse colocando uma mecha do seu cabelo, atrás de sua orelha. — Ela disse, que o verdadeiro medo, se baseava no amor. Que o real medo era o próprio amor, medo de perder alguém amado. Ou até mesmo de amar. Amar alguém que não seja si mesmo. —
— Sua avó parecia ser uma mulher muito sábia...— você disse encarando-o fundo, como se vê-se e escutasse tudo que se passava na mente do loiro.—
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𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐲𝐨𝐮 𝐓𝐬𝐮𝐤𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐊𝐞𝐢
Random"Você ɑindɑ vɑi me ɑmɑɾ Quɑndo eu nɑ̃o tiveɾ nɑdɑ ɑlém de minhɑ ɑlmɑ doloɾosɑ?" Um acordo entre famílias foi feito, em prol do sobrenome voltar a ser digno novamente. Ambos os lados pressionados a isso, forçados. Se conhecer melhor seria uma opção...