Cap 2

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Jessie: Como assim um número desconhecido está te mandando mensagens?

Cass: Não, não está mandando, essa pessoa sumiu e eu...

Jessie parou na calçada enquanto andávamos a caminho de casa, ela me olhou de um jeito que eu já sabia exatamente o que iria sair da boca dela.

Jessie: Você sabe que isso é encrenca, não sabe?

No momento que ouvi aquilo, revirei os olhos e continuei a andar.

Cass: Você fala como se fosse um alienígena querendo me abduzir.

Jessie: Não seja tão infantil, sabe do que tô falando, você já se machucou uma vez, quer uma segunda dose?

Odiava quando ela entrava nesse assunto. Ela estava querendo falar do meu último relacionamento, que como todos os outros não deram muito certo. É como se todas as vezes que eu quisesse falar dos meus relacionamentos, passasse um filme da minha vida na minha cabeça, daqueles que a gente só se fode, sabe?! Sou aquela que acredita demais, a que ama mais e a que sofre sozinha... O relacionamento que Jessie estava querendo falar foi com o Aaron, um garoto que conheci em uma rede social, nos apaixonamos feito bobos, se víamos na webcam e tudo, ele morava em Londres e eu sou daqui de San Francisco, conversávamos sobre tudo e todos, passávamos horas no telefone planejando e sonhando com o nosso primeiro encontro, tudo era perfeito quando eu estava "com ele", era um conto de fadas, até eu descobrir que ele era na verdade o namorado de uma amiga, que hoje não é mais amiga, xinguei Bayle de todos os nomes que alguém pode falar no mundo, ele não ficou por fora das palavras de baixo calão, falei o que ele merecia e até o que não merecia também. Tive Jessie pra me apoiar, e que até hoje me ajuda a não me machucar de novo.

Jessie: Ei, Cass, posso saber em que galáxia você está?

Olhei com cara de mundo da lua pra Jessie e ela riu.

Jessie: Aposto que estava relembrando do seu amedrontador conto com Aaron.

Eu não evitei rir também.

Cass: Meus ouvidos não merecem esse nome.

Logo Jessie virou a rua e segui pra casa. Bom, a minha casa é basicamente o inferno na terra, tenho o meu irmão Rave, um pré - adolescente que ouve Slipknot o dia inteiro, sofro de enxaqueca por causa desse pirralho. Tem a minha adorável irmã de 5 anos, Cate, que insiste em comer todos os meus batons, e a minha mãe e meu pai, minha mãe é do tipo super protetora, meu pai é do tipo "Não dá, preciso trabalhar", cada um de nós temos que viver sem a atenção dele, a minha mãe é a que mais sofre, mas acho que depois de tantos anos, ela já acostumou.

- CASS, O ALMOÇO ESTÁ NA MESA.

Ouvi a voz da minha mãe se confundindo com a minha música alta enquanto tomava banho, a fumaça do chuveiro quente cobria todo o banheiro, a espuma do meu cabelo percorria todo o meu corpo enquanto eu cantava enlouquecidamente debaixo daquela água.

- É POR ISSO QUE FALTA ÁGUA NO MUNDO. Ouvi a voz de Rave. Ignorei aquilo.

Número não registrado: Vi que alguém ficou louca durante a minha ausência.

Sentei na cama desesperadamente com meu celular na mão.

Cass: Por que você não respondeu as minhas mensagens???

Número não registrado: Hahaha, vejo que alguém está desesperada.

Cass: Eu quero saber quem é você.

Número não registrado: O que vai adiantar eu falar? Você não vai saber quem eu sou.

Cass: Você é de SF?

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