Wilashe

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    —Cê tá zuando ca minha cara né? Nem fudendo que eu vou pagar esse tanto pra umas narga!—Dente, um cliente já conhecido por Wilardo, disse enquanto batia contra a droga contra a mesa do vendedor.

—Se não comprar então não bate na mercadoria piá, cê bate nos saco de arroz do mercado por acaso?—Wilardo, o vendedor da droga, perguntou enquanto tirava as mãos de Dente da mercadoria.—E outra que narga boa é cara meu fi, acha que é fácil deixar essas droga longe dos tira?

—Poh, me abre um desconto ou meto os tira no teu cangote, maluco.

—Tenta então, guri!

Wilardo repensou esse momento enquanto encarava o teto de sua cela. Dente realmente não havia mentido quando falou sobre denunciar Wilardo para os policiais. E agora, ali estava ele, enfrentando as consequências de seus atos. Obviamente, culpando não a droga, mas sim o Dente.

—Moleque burro, tomara que esteja sem droga agora.—Ele disse enquanto se virava na cama.

—Que, cê tem droga, parceiro?—O colega de cela de Wilardo perguntou com um sorriso.

—Tenho não amigo, tenho nada.

    —Porra...

   —AE CUZÃO, HORA DO ALMOÇO!—Um policial passou gritando pelas celas e outros passaram as destrancando para escoltar os prisioneiros para o refeitório.

—Ou, nós vai poder dormir depois do almoço ou vai ter alguma coisa pra fazer?—Wilardo perguntou ao colega de cela.

—Oh, tu vai ser levado pra fazer uns trabalhos pra comunidade, falô? Nós não vai ficar junto porque o meu turno é outro, tá ligado?

—Tô sim, tô ligado... que droga, só queria dormir.

—Droga? Eu quero!

Wilardo revirou os olhos para a pessoa cuja cela ele dividia, ignorando-o pois caso fizesse algo só pela raiva, ambos seriam punidos.

Ao chegar ao referido, o moreno se deparou com alguém que era... diferente das mulheres parrudas com cara de gorila que serviam alimento aos outros ali. Essa pessoa era um homem lindo e alto, com cabelo ciano comprido amarrado em uma trança um tanto bagunçada. Sua expressão o fazia parecer com que ele estivesse constantemente analisando a situação, o ambiente e as pessoas. Felizmente, era esse dócil e gentil homem que serviria Wilardo.

—Oh, minha nossa! Mais um para a contagem! Diga-me, qual seu nome? Sua cela? Seus parceiros de cela? Seu cpf? Nome da sua mãe? E do seu pai? Ah, aliás, quantos anos você tem? Já namorou? Está solteiro? Quais são seus pronomes mesmo?—O homem alegremente bombardeou Wilardo de perguntas rapidamente com um grande sorriso em sua cara.

    —Ahm... meu pau na sua mão?—A incerteza em como responder o outro era clara no tom do moreno.

    —....—O homem "travou" por um segundo antes de voltar ao habitual.—Oh, suponho que eu tenha me perdido um pouco do assunto! O que você quer comer? Tem repolho refogado, espaguete, arroz, feijão e molho de carne!

    —Quero feijão, arroz e molho.

    —Pra já, Chefia~!—O homem disse enquanto servia o prato.—Prontinho! Aqui está!

    —Valeu eu acho.— Wilardo disse enquanto pegava o prato e se sentou enquanto imaginava o que ele estava dizendo quando o metralhou de perguntas.

    O moreno mal conseguiu comer, mas pelo menos conseguiu descobrir o nome do meliante. Ashe Bradley, aparentemente era para ser apenas um prisioneiro também, mas se deu bem demais com as funcionárias do presídio.

Entre Grades [Witch's Heart]Onde histórias criam vida. Descubra agora