Essas malditas palavras...

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– Você é impossível hoje.

– Kongpob, chega de discussão.

– Não, não chega. Para você, nada nunca está bom. Você reclama o tempo todo, você nem pensou duas vezes antes de gritar comigo na frente de todos os nossos amigos!

– Não fiz isso.

– Fez! No jantar em que íamos discutir nossas ideias para o desafio! Não podia ter escolhido dia melhor!

– Talvez eu tenha me excedido um pouco.

– Um pouco? Um pouco ? Sua crueldade não tem limites, P'Arthit! Você pensa em cada palavra, em cada suspiro, em cada inflexão de voz para ser o mais abominável possível!

– O que você quer com essa conversa? Que eu me desculpe, é isso?

– Não! Quero que você tire tudo que é seu da minha casa, por favor.

– O quê?

– Serei claro: nosso relacionamento já conhecido, inúmeras vezes, mesmo eu não querendo aceitar, ser uma coisa impraticável. Então, para que nos machucarmos mais? É melhor que tudo acabe agora, quando ainda me resta um pouco de respeito por você e por tudo que já nos aconteceu.

– Isso é sério, Kongpob?

– É claro que é. Acha que eu brincaria com uma coisa assim?

– Mas por causa de uma coisa tão pequena?

– Por você me ofender e humilhar constantemente na frente dos meus amigos? Por você nunca dizer que me ama, mas ser sempre rápido para me criticar? Por você nunca ter me agradecido por tudo que faço por você? Não que você me deva alguma coisa, e tudo que faço por você, faço por mim, porque eu te amo... ou amava ... acha isso pouco, P'Arthit? Eu amava você mais do que a mim mesmo e você conseguiu diminuir isso que eu achei que nem a morte ia diminuir!

Arthit engoliu o seco, mas manteve a serenidade da sua expressão fina e respondeu por fim:

– Se é assim que você quer, então será.

– Você não perde a sua pose nem sofrendo, não é?

– Quem disse que estou? _ o mais velho retrucou enquanto tirava algumas roupas no guarda-roupa do moreno onde suas roupas sempre ficavam misturadas.

– Não está?

– Não. Minha vida era a minha vida sem você. E continuará sendo.

– Como pode ser que você sequer fale algo? Eu não valho nem sequer um grito, ou uma voz alterada, nada?

– Sinto muito por não me atirar aos seus pés implorando para que não me deixe. Essa não é a minha natureza e me sinto até desapontado por você me conhecer tão pouco para esperar algo assim de mim.

– Claro, como poderia esperar algo assim de você? Você se basta, eu não significo nada!

– Gosto de você. Mas se você prefere que nos separamos... assim será feito. Eu não vou morrer de amor, Kongpob.

– Não... você não poderia. Você não ama .

– Não me diga que fará uma cena?

– Não, você não mereceria.

– Não mereço, eu?

– Não, Arthit, não! Você não merece nada!

– Acho que virei buscar minhas coisas depois. Você está obviamente descontrolado.

Garoto ingênuoOnde histórias criam vida. Descubra agora