Capítulo Único

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Penélope encarava, em choque, o teste em suas mãos. Só podia estar errado. Mas havia outro teste exatamente igual aquele ao lado dela na pia do banheiro, os dois com o mesmo resultado. Não era possível. A menstruação dela sempre foi certinha, nunca atrasava, mas depois de duas semanas de atraso ela decidiu fazer um teste de gravidez só para desencargo de consciência; ela sabia que provavelmente era a ansiedade do trabalho que a fizera atrasar e com o negativo logo seu ciclo voltaria ao normal. Ela pegou a caixa mais uma vez na mão e leu a legenda dos resultados pela milésima vez, tentando de alguma forma que o resultado fosse outro e ela estivesse enganada.

Positivo.

As duas listras a olhavam de volta, de um vermelho tão forte que só poderiam estar tirando sarro da cara dela. Como era possível? Ela só transara uma vez no último mês e usaram camisinha. Ou será que usaram a camisinha só no final? Aquela noite ainda era um misto de emoções e sensações para ela, tudo meio borrado por conta da bebida. Sequer estava em seu período fértil!! Não era possível.

Na verdade, era bem possível. Mas ela não queria acreditar.

Deitou no chão do banheiro, o teste ainda na mão. As costas arderam no piso frio mas ela gostou da sensação, provava que tudo aquilo era real e não um sonho. Levou uma mão até a barriga e fez um afago leve na pele pálida logo abaixo do umbigo. Era óbvio que o bebê não iria mexer em resposta, mas ela esperou que mexesse, assim teria a confirmação.

Por Deus, ela estava grávida. E precisava contar ao pai do bebê.


pen: frannie, você ainda tá fazendo tratamento para engravidar né?

fran: oii Penni!! estamos sim, acho que esse mês teremos sorte! por quê?

pen: você não pode contar para ninguém

fran: penélope featherington o que está acontecendo?

pen: existe falso positivo?

fran: existe falso negativo. duas listras são gravidez com certeza.

pen: acho que preciso de ajuda.

fran: já estou a caminho.


Francesca chegou em 20 minutos. Os cabelos presos em um coque e os olhos verdes demonstrando profunda preocupação. Assim que Pen abriu a porta, a loira a abraçou com força por um bom tempo e Penélope percebeu que era isso que ela precisava.

- Ok, passei na farmácia. – Fran levantou a sacola que carregava. – Vitaminas gestacionais, remédio para enjôo, seu chocolate preferido e uma meia de bebê porque minha linguagem do amor é presentes e eu simplesmente não resisti.

Penélope sorriu cansada, pegando a sacola da mão dela. Olhou o conteúdo e tudo parecia muito surreal para acreditar.

- Tomei a liberdade de marcar uma consulta para você com o meu médico. – Fran continuou, tomando as rédeas da situação, acompanhando a ruiva até a cozinha e começando a preparar um chá. – Você não me confirmou nada, mas pela sua cara já entendi tudo.

Penélope abriu o chocolate e deu uma mordida.

- Não sei o que fazer. – A ruiva disse por fim, embora soubesse, sim, tudo que ia fazer.

- Você não precisa decidir nada agora. Mas o que decidir, estou aqui para te dar suporte. – Fran passou uma xícara de chá para a amiga e segurou sua mão.

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