A noite anterior se revelara tensa, com um confronto direto entre Harry e os comensais mais uma vez. Isso o trouxera de volta à realidade; ele não estava ali para brincar de família feliz com seus pais no passado. O propósito daquela missão ia muito além disso. Seu objetivo era salvar as inúmeras e incontáveis vidas que a guerra havia ceifado. Entretanto, essa missão não se apresentava como uma tarefa simples e tranquila, mas sim como algo complexo e perigoso. Ele não poderia, de forma alguma, permitir que seus pais arriscassem suas vidas por ele.
Nesse momento, Harry decidiu que faria o possível para manter seus pais e os outros Marotos o mais distantes possível de toda essa situação, embora soubesse que tal feito seria árduo, uma vez que eles podiam ser extremamente persuasivos quando desejavam. Seu pai, em especial, era uma figura muito influente. Enquanto pensava nisso, a mente de Harry se voltou para James, e ele se questionou sobre a reação do pai ao descobrir que Peter era um comensal. Certamente, não estava sendo fácil para ele. Harry sabia que precisaria ter uma conversa a sós com seu pai mais tarde.
Após organizar seus pensamentos, ele se levantou da cama e realizou suas atividades higiênicas da manhã com cuidado para não perturbar ninguém. Deixando o quarto que compartilhava com os Marotos, fechou a porta silenciosamente e desceu as escadas, abafando o som de seus passos com um abafiato não verbal. Logo, chegou à cozinha para tomar um café. Abafando o ruído do ambiente com mais um feitiço, encostou-se no balcão enquanto o café coava. O aroma do líquido quente era divino e transportava sua mente, afastando pensamentos sombrios.
Nesse instante, os pensamentos de Harry tomaram um rumo diferente, passando de questões sobre como afastar os Marotos do perigo para reflexões sobre Hermione e seus sentimentos em relação a ela. Era algo estranho, pois ele realmente se importava muito com ela, mas discernir se era amor ou apenas amizade se mostrava uma tarefa complexa.
Enquanto mergulhava em seus pensamentos, Harry foi despertado de seu devaneio quando uma ruiva entrou na cozinha, movendo-se com cuidado para não fazer barulho. O coração de Harry se aqueceu ao ver sua mãe ali, tirando a garrafa de café e despejando o conteúdo em duas xícaras.
"Pensativo esta manhã?" a voz suave de sua mãe ecoou, acompanhada de um sorriso carinhoso, enquanto ela levava a xícara aos lábios.
"Ah, sim", respondeu Harry, reajustando-se e pegando a xícara gentilmente colocada na mesa pela mãe.
"Uau, Harry, esse café está divino", elogiou ela, sorrindo afetuosamente para o filho, antes de dar mais um gole. "Está um pouco doce. No mundo dos trouxas, temos um ditado que diz que quando o café está doce, a pessoa que o fez está apaixonada." A insinuação de sua mãe não foi sutil, mas Harry preferiu desviar o rumo da conversa.
"Nunca ouvi falar nisso", respondeu ele, esquivando-se da insinuação materna, e logo devolveu com uma pergunta para mudar de assunto. "Como você me encontrou aqui? Quer dizer, é meio óbvio que estamos na mesma casa e tudo mais, mas eu tomei cuidado para não acordar ninguém nem fazer barulho." Ele deu outro gole em sua xícara, apreciando o sabor do café.
"Você se esqueceu de bloquear o cheiro do café", explicou a garota, dando de ombros como se fosse a coisa mais natural do mundo. "Eu fui criada em uma família de trouxas. Nós somos treinados para sentir o cheiro de qualquer coisa que seja um provável café da manhã."
"Isso é realmente impressionante", respondeu o filho, com um sorriso no rosto. De fato, ele estava grato por Lily ter acordado. Ela era uma companhia maravilhosa, e ele desejava passar mais tempo a sós com ela.
"O que te aflige tanto, querido?", perguntou Lily, percebendo a mudança no rosto de Harry, que passara de contemplativo para uma reflexão mais profunda.
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Changing The Time (Em Processo de Reescrita)
FanfictionApós o fim da batalha de Hogwarts um choque afetou Harry de maneira impressionante, e a sua vontade de ter a sua familía de volta era tão grande que Hogwarts deu o seu jeito.