sala precisa

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Rony colocou a mão no ombro de Harry e perguntou: "Você está bem, camarada?"

"Ron?" Harry perguntou confuso.

"Sim, sou eu, e você está atrasado para o enterro, sabe..." O ruivo disse tristemente, com a cabeça baixa.

"Enterro?" Harry arregalou os olhos.

"É... do Sirius." Quando ele mencionou isso, tudo ficou escuro e a cena se transformou.

Era a casa onde seus pais haviam sido assassinados, e a noite caía. A única fonte de luz na rua vinha do reflexo da janela da sala da casa dos Potter.

A cicatriz de Harry começou a formigar intensamente.

Ele sabia que tinha voltado para o dia em que Voldemort matara seus pais. Uma sensação de angústia tomou conta dele, e a dor em suas costelas parecia insignificante em comparação com a dor que estava prestes a experimentar.

A noite estava fria, mas não havia neve. Toda a felicidade parecia se esvair de seu corpo, como um animal assustado fugindo de seu predador.

Harry sentiu a mesma sensação de um ataque de dementadores tomando conta dele, embora não houvesse nenhuma criatura presente. Ele estava imerso no pior acontecimento de sua vida, e nenhuma criatura era necessária para sugar sua felicidade.

Então, num piscar de olhos, uma fumaça preta cortou o céu e pousou a alguns metros da casa dos Potter. Voldemort havia chegado, e seu olhar frio analisava o lugar com desdém. Seus olhos vermelhos e sem vida percorreram o ambiente antes de começar a se mover lentamente.

"NÃO! DEIXE-OS EM PAZ, POR FAVOR!" Harry gritava com toda a força de seus pulmões. "NÃO OS TOQUE! EU SOU O QUE VOCÊ QUER, ENTÃO DEIXE-OS EM PAZ!" O desespero do garoto era evidente em seu tom de voz, mas, mesmo gritando com todas as forças, Voldemort sequer virava o rosto na direção dele. "NÃO TOQUE NOS MEUS PAIS!" Harry correu em direção ao bruxo das trevas.

Ele ergueu o braço, como se fosse lançar um feitiço, mas estava desarmado. Então, correu para se aproximar e acertar o maior bruxo das trevas de todos os tempos com um soco, mas foi em vão. Sua mão atravessou Lord Voldemort como se ele fosse um fantasma.

O Garoto que Sobreviveu caiu de joelhos no terreno lamacento em frente à casa onde morava quando era bebê. Diante de Lord Voldemort, que, em poucos segundos, assassinaria James Potter desarmado e, em seguida, mataria Lily a sangue frio enquanto ela implorava pela vida do filho.

E Harry não podia fazer nada.

"Eles não!" O garoto repetia inúmeras vezes, enquanto o bruxo das trevas se aproximava. "Eles não, por favor!" Ele continuava dizendo, enquanto sua força era drenada, toda sua felicidade se dissipando rapidamente. "Leve-me no lugar deles." Ele disse, momentos antes de Voldemort explodir a porta da casa dos Potter e assassinar James a sangue frio.

"NÃO, MEU HARRY, NÃO!" A voz de Lily implorava desesperadamente pela vida do filho. "TUDO O QUE PEÇO É QUE VOCÊ DEIXE HARRY E ME MATE." Ela continuava a implorar pela vida do filho.

"Saia da frente, menina tola!" A voz fria e sem vida do Lorde das Trevas ecoou pelo bairro como se saísse de um alto-falante. "Eu vim pelo garoto, não por você." Ele prosseguiu, e Harry sabia o que estava por vir. "AVADA KEDAVRA!" Uma forte luz verde encheu o ambiente, e Harry entrou em desespero ao ouvir a risada fria ecoar em sua mente momentos antes de ouvir o som do impacto quando o corpo inerte de Lily atingiu o chão.

O pesadelo envolveu Harry em uma agonia insuportável, uma dor indescritível que parecia rasgar sua alma. Era uma ferida aberta que jamais cicatrizaria, um momento de horror e perda que ficaria gravado em sua memória para sempre.

Changing The Time (Em Processo de Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora