Reencontros ou Encontros?

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 "Calma, Harry", sussurrou Hermione, estendendo a mão para sacudir o braço do amigo, transmitindo conforto e apoio.

"Javali, sim, está ótimo", respondeu o garoto com um sorriso sem graça, tentando disfarçar a intensidade de suas emoções.

Madame Rosmerta, percebendo que o clima não estava tão agradável na mesa, prontamente se afastou para fazer os pedidos da dupla. Ela aproveitou o momento para cumprimentar o grupo de garotos que acabara de chegar e que se dirigia rapidamente à mesa que costumavam ocupar quando estavam em Hogsmeade.

"Será que eles nos viram?", perguntou Harry, visivelmente tenso, mas aliviando-se com o aceno negativo de Hermione.

"Você sabe que isso se tornará normal quando começarmos Hogwarts, não é?", disse Hermione com cautela, procurando tranquilizar seu amigo.

O garoto concordou com um aceno de cabeça, mas em seu íntimo, sabia que a situação seria desafiadora. Ele se dava conta de que teria que aprender a conviver com seus pais e tios mortos, como se isso fosse algo natural. No entanto, sentia uma mistura avassaladora de emoções ao imaginar-se perto deles. A vontade de correr para os braços de seu pai e nunca mais soltá-lo, ou de estar ao lado de sua mãe e sentir o calor e o afeto maternos para sempre. Esses eram os verdadeiros sonhos de Harry, tão poderosos que pareciam inalcançáveis.

  Por quase uma hora, Harry evitou ao máximo olhar para trás, temendo as reações de seu pai ao notar a assustadora semelhança entre eles. E se James o confundisse com um Comensal impostor? As possibilidades pareciam infinitas e assombrosas. Hermione sentia compaixão pela situação de seu amigo, afinal, tudo o que ele mais desejava na vida era estar sentado àquela mesa com seus entes queridos. Nem mesmo a presença do rato Rabicho seria capaz de estragar aquele momento único com suas figuras paternas. No entanto, Harry tinha que se segurar e resistir ao impulso de ir até eles. Era uma situação verdadeiramente complicada.

"Você sabe que eles vão te adorar, não sabe?", quebrou o silêncio a voz reconfortante de Hermione. "Claro que vão gostar de você, Harry!" Ela protestou, ignorando o gesto negativo do amigo.

"Eu não tenho mais certeza de nada", murmurou Harry, tomando um gole adicional de sua cerveja amanteigada. "Meu plano original não era ir para Hogwarts", disse ele com frustração visível em seu rosto.

"Você planejava enfrentar Voldemort sozinho?", a expressão de incredulidade transparecia no rosto de Hermione. "Ir atrás das Horcruxes e derrotar aquele cara da cobra?" Ela soltou uma risada sarcástica.

"Eu sei que era um plano idiota...", Harry começou a se explicar.

"Era um plano suicida, Harry", retrucou Hermione com dureza, deixando transparecer a preocupação em suas palavras.

"Bem, talvez fosse mesmo", admitiu Harry em um tom mais baixo. "Mas agora você está comigo e..."

"Eu atrapalhei seus estúpidos planos?", interrompeu a garota, ofendida.

"De certa forma, sim", começou Harry, tentando manter a calma. "Mas isso não é necessariamente ruim, afinal, eu não sobreviveria sem você, mas o que eu queria dizer é..."

"Você se sente culpado por me colocar em perigo?", completou ela, franzindo a testa. "Oh, Harry, sinceramente!"

"É diferente dessa vez, Mione", tentou argumentar o garoto, mas sem sucesso diante da evidente tensão que envolvia sua amiga.

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 Enquanto isso, na outra mesa, os Marotos conversavam animadamente sobre uma infinidade de assuntos. Os debates mais acalorados giravam em torno das novas brincadeiras que planejavam fazer.

Changing The Time (Em Processo de Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora