Come On, Let's Go

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21 de março de 2011
Come On, Let's Go - Broadcast

Castiel estuda a garota, olhando-a de cima a baixo. É alta, magricela, lisa como uma tábua, e ainda que os olhos e cabelos escuros concedam certa graça, não tem nada de muito especial. Bonita, mas nada de especial.

- Então, vai me ajudar? - ela pergunta.

O tom de voz esperançoso já faz com que o rapaz lhe julgue uma tola. Não que isso seja necessariamente ruim, o mundo é feito de tolos... Ele procura nela sinais, qualquer coisa de valor, mas a menina é como uma página em branco, nada provoca uma impressão forte o suficiente. Não há muito o que dizer sobre ela, pelo menos não que dê pra tirar da sua aparência. Fazem meses desde que chegou à escola, e em todo esse tempo, ela não se destacou o suficiente nem mesmo pra que ele aprendesse seu nome.

- Deixa eu ver se eu entendi direito... Como você se chama mesmo?

- Alice, Alice Mandeville.

- Isso, Alice Ville, que seja. Deixa eu ver se eu entendi. Eu te ajudo a se aproximar do Lysandre e você me garante um emprego na loja do seu pai?

- Exatamente.

- Ótimo, então eu entendi bem. Agora me explique por que caralhos eu me prestaria a esse papel por um emprego. Aliás, por que eu quereria esse emprego em primeiro lugar, garotinha?

Ela lhe encara com uma obstinação que ele não consegue levar a sério, persistente e aparentemente inabalada pelo jeito que ele falou. Castiel cruza os braços, tendo a sensação de estar negociando com uma criança teimosa.

- O meu pai comentou que um rapaz de cabelo pintado veio perguntar sobre uma vaga no mês passado. Foi você, não foi? Eu te vejo passando na loja quase todo dia, e me contaram que você gosta de música, vez por outra você vem pra escola com camisetas de banda, também. Sem falar que você deve precisar de dinheiro, todo mundo precisa! Uma loja de discos seria seu emprego perfeito, eu imagino.

Ele não confirma nem nega. É verdade, é claro. A cidade é pequena e não tem muitos jovens de cabelo colorido, ou muitas lojas de discos vintage, mas não é como se ele fosse se entregar assim. Diante do silêncio, a garota, Alice, volta a falar:

- Vamos, você não tem nada a perder! Só a ganhar, na verdade. Por favor! É bem simples, eu prometo, só quero que você me ajude a puxar assunto com ele, me inclua nas conversas e em algumas das saídas de vocês, essas coisas! Nada demais!

Bem, realmente, até que é simples... E o dinheiro mandado pelos pais mal sobra uma vez que as contas são pagas. Um novo amplificador seria legal... A oferta é tentadora.

- Por favor, por favor! Eu não vou desistir, mesmo que você não me ajude. - ela insiste, uma mistura de infantilidade e firmeza na voz. - Desse jeito nós dois saímos ganhando, e eu seria eternamente grata. Por favor!

Ele quase se irrita com a repetição.

- Tá, tudo bem, eu aceito, mas é bom você não me encher muito o saco. E eu já te adianto que isso não vai dar em nada! Você não faz o tipo do Lysandre, acredite.

- Ah... - ela olha pro chão, desconcertada - E qual o tipo dele, você sabe dizer?

- Eu sei, sim. Mas eu não faço nada até me entregarem o avental da loja.

FallingForYou | CASTIELOnde histórias criam vida. Descubra agora