Mais um dia

Os Evermore

A grande e reservada família Evermore, uma das mais respeitadas da região, mas realmente ninguém nunca viu um dos membros da mesma pessoalmente.

A árvore genealógica dos Evermore não é tão interessante como realmente se pensa, na verdade a mesma está em uma de suas primeiras gerações ainda; a maioria das grandes famílias tem linhagem quilométricas que nem sempre possui maneira de contar.

A linhagem tão pouco conhecida desta  família, iniciasse com Latrina Kawata que ao enviuvar voltou a assumir seu sobrenome de solteira Evermore, diferente do comum Latrina não teve filhos, pelo menos não que constem nos registros da família, mas a mesma já deixará sua herança e nome a criança a qual a mesma era tutora, Anthony Evermore sempre foi grato a sua querida tutora a quem o mesmo possuía muita admiração e carinho.

Anthony acabou por se casar com Una Hook a qual era filha de pesquisadores, com isso ajudando muito com seus conhecimentos diversos, uma gama de cientistas, Una e Anthony não eram o exemplo de casal considerado ideal visto pelos contos de fada, Una era uma excelente astrônoma que quase nunca ficava em casa e Anthony era um ótimo botânico, com a junção deste casal meio inesperado acabou por nascer Thomas.

Thomas a única criança "legítima" Evermore, se assim pode se referir ao primogênito de não legítimos, pelo menos era isso que os funcionários mais antigos do casarão pensavam, diferente das crianças de sua idade Thomy não enxergava animação nem vantagens em seguir um padrão, ele gostava de fantasia, mas não qualquer fantasia, ele gostava das histórias dos irmãos Grimm, simplesmente pelo fato de serem um tanto severas e assustar algumas pessoas pelo seu contar, para ele o sentimento de medo, temor e susto eram os mais intrigantes e deixavam sua curiosidade mais apurada para tentar entender melhor o motivo de tantos temores sem uma real necessidade de perigo eminente.

Para uma criança Thomy tinha gostos um tanto controversos, mas seus pais achavam até bem aceitável para uma criança que buscava razão no desconhecido.

Como já dito antes a família Evermore por mais reservada que fossem, ainda levantava questionamentos para seus funcionários mais descrentes ou super seguidores do senso comum.

Por quase nunca saírem do casarão pelo menos os dois integrantes que ainda se mantinham naquela região, demasiadas pessoas achavam que eles não passavam de um mito contado para deixar todos os cidadãos interessados em algo quase que inexistente na região.

Com base nessas pequenas informações você se consideraria sortudo ou não?, ao ser chamado entre tantas pessoas para servir os Evermore e seguir suas particularidades sem questionar os motivos para tais atos um tanto quanto incompreensíveis por pessoas de capacidade intelectual não muito elevada.

Para a irritação de alguns e surpresa de outros esse foi meu destino ou diria azar, nunca saberei ao certo mas quando recebi aquela carta em envelope preto já sabia que minha vida pacata se tornaria propriedade de um dos senhores Evermore, e com isso em mente rumei ao meu destino tão desesperançoso e talvez um tanto melancólico, mas não era isso que esperavam de mais um ser humano que foi chamado contra-gosto para trabalhar com uma das melhores famílias da região sem poder palpitar se é a escolha certa, pois ninguém com algum pingo de sanidade mental cogitaria recusar uma vaga de emprego como essa e realizar o desejo de descobrir mesmo que minimamente algo sobre os tão misteriosos e subestimados membros da Família Evermore.

Esse parecia ser o único objetivo de todos desde que nasceram nesse fim de mundo, e quem sabe eu  conseguisse tirar proveito disto.