- : Sirena Nifuji Blanck, aparenta ter 24 anos, estatura mediana, cabelos pretos opacos, olhos heterocromaticos.
Dizia um dos mordomos ao seu chefe enquanto lia a ficha de mais uma das garotas do vilarejo que serviriam ao cargo que estava disponível para ser preenchido.
Após massagear as têmporas o homem, não se pronúncia apenas faz um breve sinal com a mão para o funcionário, que logo entenderá que está garota narrada, deveria servir para o serviço estabelecido.
Não tardou para a menina ser recebida no casarão, pela descrição que estava em sua ficha a única coisa que não teria sido informada era o desgosto da mesma ao estar no local, assim que chegará ao casarão foi imediamente guiada pelos serviçais ao coordenador do lugar.
Quando foi apresentada ao homem o mesmo começou a falar sobre a prestação de serviços que teria que realizar, deixando a menina quase que perdida por tantos termos e falas excessivamente formais e de um dialeto não mais utilizado pelos moradores da região já fazia-se séculos, mas a mesma se esforçava a entender enquanto andava do lado deste homem para poder se localizar dentro daquele lugar tão espaçoso e com ar triste.
Durante a caminhada que parecia mais um mini percurso de corrida de treinamento, a menina observava atentamente os detalhes do local, mesmo sendo antigo ainda mantinham uma beleza um tanto quanto mórbida, mas ainda assim que encheria um escritor de inspiração para seus contos sombrios e devastado de medo irracional, até então nada fora do padrão de uma família rica e bem restrita a curiosidade alheia dos cidadãos.
Enquanto sua desinteressante caminhada finalmente parecia ter chegado ao seu fim, o homem pigarrea e sutilmente vira-se para Sirena falando
- : Bem... Atrás desta porta é o vestiário, coloque seu uniforme e logo após uma servente irá te guiar até os aposentos do pequeno amo, assim você poderá começar suas tarefas, e tente não fazer nada errado, não quero ter de limpar sujeira de uma novata inexperiente.
Após terminar, o mesmo revira os olhos deixando a menina sozinha sem importar-se com suas dúvidas ou perguntas as quais não seriam respondidas, mesmo possuindo conclusão.
Sem ter muito o que pudesse fazer a partir daquele ponto, Sirena pós se a fazer o que foi sugerido pelo coordenador indiferente, sendo assim soltou um suspiro de desprezo e tédio ao entrar naquela sala com cores pastéis de vermelho e diversos armários bege sem graça.
"Finalmente algo um pouco diferente mas ainda assim normal para pessoas excêntricas como eles" - pensou a jovem empregada, abrindo um por um dos armários procurando algum que tivesse algo que parecesse um "uniforme".
- : Se esses armários tivessem placas com nomes seria menos complicado.
Resmungou a jovem terminando de olhar todos os armários e finalmente achar algo parecido mais com uma roupa de viúva que ama bibliotecas do que de uma simples babá,após vestir as roupas apropriadas, se pos a andar até a entrada do alojamento e assim abrindo a porta esperando alguma alma ou ser humano que fosse obrigado a ajudá-la, muito talvez contra sua própria vontade.
Enquanto navegava nas mares de seus interrogatórios internos de pensamentos que não paravam de se formar, foi puxada pela saia que usava assim saindo de seus devaneios vendo um pequeno projeto de criança, provavelmente sendo a este exemplar de humano que teria de servir pelo resto de seus dias nesta grande casa.
Para tentar ser agradável, ela se abaixa para ficar a altura do menino para dialogar com o mesmo de igual para igual. Assim que faz isto ele começa a falar mas sem animação alguma em sua voz.
- : você é a minha nova cuidadora né?, agora que chegou, pode me acompanhar ao jardim?.
Logo solta um suspiro melancólico, fazendo a mais alta concordar com a cabeça se levantando e pegando a mão dele, indo em direção ao jardim, esperando que assim o garoto pudesse ser mais sorridente.
Grande erro cometido, ao chegarem no jardim, Thomas se encaminhou até às flores, tombou sua cabeça e começou lentamente a arranjar com uma força mediana as flores com suas mãos; Aterrorizada com a cena a babá fica sem reação por alguns segundos, logo retomando sua respiração calma e indo até o menino, assim fazendo-o parar com seu ato e levando-o para cuidar dos machucados que acabará de obter.
A criança não sabia diferenciar a expressão da jovem moça, se era de aprovação ou desaprovação de seu comportamento a minutos atrás, só percebeu a leve preocupação da mesma consigo.
Assim que terminou de enfaixar as mãos do garoto pós se a falar
- : tenha mais cuidado, se quiser fazer algo assim novamente peça ajuda ao jardineiro, ele lhe dará uma tesoura, para que não se machuque com isso.
Soltou um leve suspiro, após falar calmante, sem deixar transparecer seu estranhamento com a situação de momentos atrás. Logo fechando a caixa de primeiros socorros que havia na estufa do jardim e tirando o menino de cima da mesa onde tinha diversos vasos para novas plantas.
- : O que acha de irmos a biblioteca para que eu leia uma história para você?
Sugeriu a jovem com um tom de voz amigável esperando alguma reação positiva do garotinho a sua frente, sem pronunciar uma palavra se quer o pequeno concorda com a cabeça e assim ambos seguem para a biblioteca em silêncio.
Ao entrarem na biblioteca, Sirena se surpreende com as estantes lotadas de livros de diversas cores, alguns com capa mole outros com capa dura, e de diversos assuntos que davam para entreter uma pessoa por anos em suas palavras diversas; enquanto estava distraída pela beleza do local o pequeno já corria livre escolhendo seu livro favorito para que fosse lido pela novata.
Logo que retornou a realidade, coloca seus olhos no pequeno que estava com um sorriso enquanto levantava o livro em suas mãos, para que ela pegasse e o lesse para si.
- : você foi rápido, vamos até aquela namoradeira e lerei este livro para ti.
Diz a mesma enquanto andava até o velho móvel com o menino e se sentava, após se acomodarem, ela começa a contar a história que lia entre as páginas amareladas daquele velho livro com capa verde.
Quando nota o extremo silêncio a mesma olha para o seu colo vendo o menor acomodado ali, adormecido, fazendo com que ela abrisse um sorriso e colocasse o livro de lado enquanto afagava o cabelo de Thomas que respirava tranquilamente.
"Acho que posso gostar deste lugar se tiver que ficar com você" - pensou a jovem Sirena enquanto aproveitava o momento de paz mesmo que fosse só por alguns segundos intermináveis.
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Mais um dia
RandomQuem poderia dizer que uma "família" tão simplista teriam regras tão estranhas para a criação de seus primogênitos... Sirena é atualmente a nova babá de Thomas Evermore, um dos últimos herdeiros da linhagem desta família pouco conhecida mas muito re...