Delegacia

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Aviso: o capítulo contém descrição de abuso e pedófilia, se tiverem gatilho com isso por favor não leiam.


Sunny.

sete anos de idade.

Papai! — pulei no colo do papai, ganhando um beijinho no pescoço. — Vamos brincar hoje? você prometeu que quando a mamãe saisse para trabalhar iríamos brincar!

— Sim, sim. — riu nasalmente. — É bem legal essa brincadeira, nela o papai é um médico que tem que cuidar do paciente doentinho dele! — apontou para mim e eu bati palmas.

Meu pai nunca brincou comigo, ele sempre me deixava de lado e só brigava comigo. Estou tão feliz de finalmente meu papai brincar comigo!

Ele me levou até o seu quarto e trancou a porta, fiquei com vergonha quando ele me mandou tirar a roupa mas acho que isso acontece em hospitais também. Me deitei na cama como ele mandou e observei ele pegar um comprimido do bolso, assim como uma garrafinha de água que estava na estante ao lado da cama.

— Beba isso. — colocou o comprimido na minha boca com força, quase me engasguei. — Sou seu médico, não sou? — assenti e peguei a garrafa de água nas minhas mãos, bebendo o líquido junto do comprimido.

Olhei para o papai e ele estava tirando o cinto de sua calça, ia perguntar o por que mas logo senti minhas pernas tremerem e meus olhos se fecharem.

Me sentia tonto. Estava morrendo de sono, não sabia o porquê já que a poucos segundos eu estava normal.

xx

( dias atuais: na delegacia)

Sunny

Bebi um gole do suco que Kaito trouxe para mim, foi horrível vir até a delagacia e ter que relembrar a maioria dos abusos que sofri apenas para os policiais terem um mandato de prisão para o meu pai. Estava com a cabeça deitada no ombro do meu amigo, ele estava um pouco chocado depois de ouvir tudo. Mas me deu total apoio e cuidou de mim.

— Vou morar em um orfanato. — falei baixo para ele. — Deve ser melhor que morar com meu pai.

— Você poderia morar comigo. — segurou minha mão. —  Eu moro sozinho, quer dizer, praticamente. Minha mãe só dorme em casa as vezes, normalmente ela tá de plantão na polícia.

— Não posso aceitar uma coisa dessas, Kaito. — sussurei. — Seria muito incômodo.

— Se eu estou te chamando para morar lá é por que não seria incômodo. — falou sarcástico. — Qual é solzinho, somos amigos, certo? é meu dever cuidar de você nessas horas.

Mostrei a língua para ele.
Tão teimoso, não iria sossegar até que eu aceitasse isso. Iria falar algo para ele até que vi a policial Kobayashi vir na nossa direção, ela é muito linda, tem os cabelos longos e pretos e parecia ser bem jovem.

— Oi Sunny, como está? — falou preocupada.

— Estou melhor, obrigado... — cocei a nuca. — Vocês já prenderam meu pai?

— Ele está na cela, daqui a pouco teremos o julgamento dele. — assenti. — Esperamos que ele pegue mais de vinte anos de prisão.

Suspirei aliviado e abaixei a cabeça.

— Mãe. — o moreno ao meu lado se pronunciou. — O Sunny vai ficar com a gente por uns dias, pelo menos até ele arrumar um lugar para morar. Tudo bem?

— Eu ia sugerir isso. — riu. — Cuide bem do seu namoradinho, ok? e por favor não o mate intoxicado com as comidas que você faz.

— TCHAU MÃE. — começou a me empurrar para fora da delegacia.

xx

Moletom de ursinho Onde histórias criam vida. Descubra agora