Toques

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TW: menção de abuso sexual, pedofilia

Narrador.


Sunny havia acordado na cama do seu quarto, estava surpreso, como ele estava na sua cama se tinha dormido no sofá da sala? era muita coisa para ele entender logo cedo.

Se levantou da cama e desceu as escadas com muito cuidado, ainda estava sonolento e não queria levar um tombo logo cedo. Andou até a sala enquanto coçava os olhos e percebeu que a senhora Kobayashi e o Kaito estavam sentados no sofá e pareciam ter uma conversa séria.

Tentou desviar o olhar e ficou muito envergonhado ao ter o olhar dos dois presos em si, até pensou em voltar de fininho pro seu quarto e dormir de novo.

— Sunny, senta aqui meu amor. — a mulher disse com a voz calma. — Eu preciso falar com você.

— 'Tá bom... — se sentou no meio deles, com um olhar assustado no seu rosto.

Kaito tentou segurar na mão do menor mas ele estava tão nervoso que acabou dando um pequeno pulinho e tirando a mão rapidamente, as vezes ficava com medo de toque físico e tentava se afastar mas não fazia por mal.

— Eu sei que isso pode ser chocante, mas tenho algo muito importante para te contar. — ela dizia de forma amável e carinhosa. — Como o seu pai foi preso e não tinhamos contato com nenhum familiar seu eu estava com a sua guarda provisória, certo? — ele assentiu. — Descobrimos que você tem um irmão mais velho, alguém que você talvez não conheça, e ele está tentando ficar com a sua guarda.

— I-irmão? não, eu não tenho irmão. — negou com a cabeça.

— O nome dele é Jihoon, ele é filho do seu pai mas de outra mãe, entendeu? — o loiro assentiu ainda tentando compreender tudo. — O Jihoon está vindo para o Japão conversar com você, e, se tudo der certo e ele for uma boa pessoa, ele vai ser o seu guardião legal.

Os olhos azuis e brilhantes do pequeno se direcionaram ao garoto sentado ao seu lado, o olhou e seus olhos dizeram o quão assustado ele estava com tudo isso. Kaito conseguia entender a linguagem do pequeno.

— Eu vou ficar do seu lado quando ele vier, 'tá bom? — queria lhe dar um abraço mas não poderia forçar um toque que o loiro não queria. — Não precisa ter medo. — afagou os cabelos dele.

— Papai... — choramingou como se quissese dizer algo e abraçou o moreno, escondendo o rosto em seu peito como se fosse um pequeno coalinha.

Toques sempre significaram algo ruim para Sunny. Odiava a sensação dos dedos nojentos e asquerosos do seu pai percorrendo pelo o seu corpo, de como eles sempre o tocavam e o fazia se sentir sujo e merecedor de tudo aquilo.

Sempre achou que tudo que acontecia consigo era normal, afinal, por quê o seu pai faria mal para ele? não tinha o porquê disso.

Quando tinha onze anos descobriu que não era normal um pai tocar o seu filho, ainda mais deixar que outros o tocassem e o machucasse. Ainda se lembrava do dia em que tiveram que fazer um trabalho sobre abuso infantil na escola, foi o dia em que tudo mudou para ele, quando descobriu que aquilo não era certo.

Mas não importava.
Porque por mais que desse sinais do que acontecia na sua casa ninguém nunca pareceu se importar ou investigar isso mais a fundo.

Até que conheceu Kaito e ele deu outro sentido para os toques. Os seus toques eram carinhosos, doces e amorosos, sempre fazendo apenas o que Sunny deixava e apenas o que  Sunny pedia. Os abraços, as mãos se enconstando, o carinho na cabeça, as apertadas de bochecha, era tudo muito novo e divertido para o pequeno.

E ele estava amando saber o novo significado de cada um desses toques.

Sem perceberem a mulher já havia saído para o trabalho, não interrompendo aquele momento fofo que ela havia presenciado.

— Meu bebêzinho. — fez carinho nas suas costas devolvendo o abraço. — Quando crescermos vamos morar juntos, tá bom? você não tem escolha. — riu.

— E ter um gatinho? — olhou animado para o moreno.

— Mas eu já tenho um. — sorriu. — Ah não, você é um ursinho né? esqueci.

— Mas eu posso ser seu gatinho também papai. — sorriu fechando os olhinhos. — Ah você me enrolou viu! eu vou querer um gatinho. — falou fingindo estar bravo.

E de repente chamar o Kaito de papai já havia virado algo muito natural para ele, ainda que o seu coração batesse muito forte ao chamar ele assim.

— Tá, tá, você vai ter um gatinho. — o mais velho falou.

O loiro sorriu e abraçou ele forte.

— O que acha de passear um pouco?


XX

Estava um dia muito frio, o americano havia saído todo agasalhado e estava andando igual um pinguim por conta disso, uma cena muito fofa para qualquer um que visse.

Haviam decidido ir em uma cafeteria que Kaito sempre ia depois da escola com os seus amigos, era um lugar aconchegante e no estilo típico japonês.

— Chocolate quente pro anjinho e um café preto pro nosso cliente fiel. — a garçonete sorriu enquanto entregava os pedidos.

— Obrigado Rina! — tomou um gole do café. — Tem aquele bolo de chocolate gostoso hoje?

— Tem sim, vai querer um pedaço?

— Por favor. — sorriu e a garçonete se retirou indo buscar o bolo.

Olhou para o lado e riu baixinho ao ver como o seu loirinho olhava todo encantado para o chocolate quente com chantilly, tinha os seus lindos olhos azuis arregalados e lambia a boca com muita vontade de tomar aquilo.

— Por que não bebe? — acariciou a bochecha dele.

— Você não disse que eu posso... — falou baixo.

— Pode beber Sunny, eu comprei pra você, não precisa esperar eu falar algo. — voltou a beber o seu café.

E foi apenas ele dizer essas palavras para o pequeno segurar o copo e beber aquele chocolate quente rapidamente, até sentir a sua língua queimar e colocar o copo novamente na mesa fazendo uma cara de choro.

O moreno se aproximou dele, já que estavam sentados em uma mesa com bancos no estilo de sofás, fez carinho na cabeça dele e o abraçou de lado.

— Meu bebê chorão. — brincou. — Queimou a língua? não pode beber rápido algo tão quente.

— Desculpa... — abaixou o olhar.

— Não precisa se desculpar, 'tá tudo bem. — separou o abraço e terminou de beber o seu café. — Ja já a dor passa e você pode beber o chocolate denovo.

— T-tem que beijar para sarar. — cruzou os braços e fechou os olhos. — É isso, todo mundo sabe, só passa se der beijinho.

Kaito queria muito rir naquele momento. Era tão fofo aquele garoto todo vermelhinho com um bico nos lábios pedindo por um beijinho, antigamente ele não imaginaria nem nos seus melhores sonhos que o seu amigo Sunny estaria falando isso.

— Com um biquinho tão fofo desse não tenho como negar. — se aproximou e beijou a bochecha do menor, sentindo a sua pele macia e suave em seus lábios.

Sunny cobrou o rosto com as mãos e riu baixinho.

— Sarou. — disse e sorriu.

xx

esse capítulo foi uma montanha russa, no começo tava triste e no final tava pura boiolage

o sunny sofre muito meu bixinho nao quero fazer ele sofrer mais 🤓☝️

o kaito ta muito boiola pelo sunny gente eu vou me matar como faz pra parar de escrever sobre gay

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⏰ Última atualização: Sep 24, 2023 ⏰

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