Caso haja alguma dúvida sobre qual foi a minha resposta, tinha sido sim. Aparentemente todo mundo sabia que eu ia ceder e acabar indo, menos eu. Que engraçado.
Bucky ficou tão feliz que eu achei que fosse deixar todo mundo surdo na faculdade quando lhe contei, na terça. Ele também me disse, que por motivos de segurança da minha própria felicidade, além de não deixar o ingresso ficar comigo, ele e Peggy me buscariam em casa. E não deu pra relutar, dizer que a volta ele estaria bêbado demais pra beber, ou qualquer coisa do tipo, porque Peggy já tinha garantido que não beberia. Parecia que tudo tinha sido meticulosamente planejado pra não ter fuga e nem desistência.
Logo na sexta de manhã eu fui presenteado com a visita dos meus pais. Eles tomaram café comigo, me abraçaram milhares de vezes — minha mãe — e me deram um presente, mesmo eu tendo insistido várias vezes que não precisava.
— Que linda, mãe. Obrigado. — agradeci depois de ver a blusa jeans escuro, que segundo dona Sarah, ficaria linda em mim e exaltaria mais meus olhos iguais aos dela.
— Esse não é o meu, é o do seu pai. — ela abanou com a mão e pegou uma caixa atrás de si, que estava na mesa — Esse é o meu. Abra.
Desfiz o laço sorrindo, vendo os dois cheios de expectativa olhando pra mim. Não entendi o porquê deles parecerem tão animados, já que o presente era um perfume.
— Desse eu nunca vi, é novo? — espirrei um pouco no pulso e sabia que a minha mãe tinha acertado no cheiro: amadeirado com um leve toque de canela. A impressão era que esse cheiro me lembrava muito a minha infância, mas devia ser só um pressentimento.
— Mais ou menos, querido. — ela sorriu sem mostrar os dentes — Esse é o meu perfume preferido que o seu pai usa e era o que ele estava usando quando me conheceu. Eles estão trazendo os cheiros antigos de volta e esse só ficou melhor. Gostou?
— Mãe, a senhora quer insinuar alguma coisa com um perfume da sua época e uma blusa que realça meus olhos?
— Só quero que se divirta, meu bem. — ela me deu um beijo estalado na bochecha antes de se virar para o meu pai — Não é, Joseph?
— Claro, sempre. — ele piscou pra mim e me abraçou — Você merece tudo de bom. Parabéns filho.
Guardei os presentes no meu quarto, garantindo pra minha mãe que eu usaria os dois hoje à noite e só assim ela ficou em paz pra ir embora, já que tinha que preparar a festa de independência do bairro, que ela era uma das principais organizadoras e acontecia todos os anos, sem cessar.
Hoje, felizmente eu não precisava ir na faculdade e nem no estágio, já que além do meu aniversário, era feriado nacional. Nada que eu reclamo, por sinal. E pra comemorar os meus vinte e três anos de pura beleza e saúde, eu passei o dia fazendo o que eu mais gostava: nada.
Não exatamente nada, mas tinha algum tempo que eu não sabia o que era ficar à toa, sem se preocupar com horário e essas coisas. Pus minhas leituras em dia — o que consumiu a maior parte do meu tempo — e depois fui assistir um filme que eu tinha me recomendado a assistir porque parecia ser bom.
Às seis da tarde, Bucky me ligou, interrompendo meu precioso cochilo que eu estava tirando depois de ter dormido na metade no filme. Não era tão bom quanto parecia.
— Que voz de sono é essa? Estava dormindo? — ele perguntou depois que eu atendi.
— Eu acabei de acordar, Buck. Estava dormindo até você ligar.
— Inacreditável. — ele comentou com Peggy que eu tinha acabado de acordar e ela retrucou dizendo pra ele não ser tão implicante, já que hoje era o meu aniversário — Toma um banho e vai se arrumar. Chegamos aí daqui uma hora.
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Make It Like Your Birthday Everyday
RomanceDesde sua adolescência, Steve Rogers sempre odiou seus aniversários. O fato de ter nascido no dia da Independência norte americana, o fazia perder a vontade de comemorar seu dia de nascimento, tornando-o um dia qualquer. Porém, no seu vigésimo terce...