Capítulo 37

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Um homem é muito forte quando confessa sua fraqueza

Honoré de Balzac

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Harry estava no enorme parque que cercava a Mansão onde ele havia fixado residência por pouco mais de duas semanas. Um sol tímido iluminava o vasto gramado pontilhado de pinheiros. Apesar disso, estava muito frio no final daquela manhã. Harry, com as mãos enfiadas nos bolsos da sua calça preta e estava pulando suavemente no lugar para se aquecer. As folhas mortas estalavam sob seus pés e o vento soprando suavemente sob as árvores despenteava o cabelo preto do jovem.

Debaixo de um enorme pinheiro, sobre uma mesa redonda de pedra um pouco decrépita, Marie e Elizabeth, sentadas lado a lado, comentavam sobre o último exemplar do Semanário das Bruxas, recebido naquela manhã por uma coruja. Harry estava atrás delas, olhando por cima dos ombros para as fotos que estavam revisando. 

Sua atenção tendia a vacilar e ele prestou um ouvido desatento ao balbuciar das jovens. Suas conversas fúteis e leves o lembraram das longas noites passadas na sala comunal da Grifinória e Harry pensou nelas com alguma nostalgia.

Na Mansão de Blaise, Harry teve acesso a notícias sobre a guerra através dos jornais, que Draco tinha o hábito de guardar quando ainda estavam no apartamento, ou mesmo na Grimmault Square. Aqui, cópias do Gazette estavam espalhadas em quase todos os cômodos, e Harry não teve problemas para consegui-las. Ele realmente se conscientizou das novas condições de vida em Hogwarts, estabelecidas sob o regime de Voldemort. 

Harry descobriu para seu horror que a tortura havia sido legalizada para punir estudantes refratários e nada melhor do que nomear Comensais da Morte como professores para ensinar os novos valores do regime. Ódio trouxa, tortura, supremacia puro-sangue, a escola de magia tinha sido reduzida, obrigada a se curvar aos valores de Voldemort e Harry ficou assutado. 

Revoltado, ele se rebelou contra essas novas medidas e ficou ainda mais desapontado ao encontrar em Elizabeth e Marie um público pouco preocupado.

As meninas, que não eram originárias da Inglaterra, conheciam pouco da história do país. Elizabeth era búlgara e conheceu Blaise durante a final da Copa Mundial de Quadribol. Desde então, ela nunca mais pôs os pés em seu país natal. Marie era sueca e conheceu Louis dois anos antes em um bar bruxo em Estocolmo. Não apenas suas famílias e amigos estavam seguros em seus respectivos países, a centenas de quilômetros de Voldemort e seus Comensais da Morte, mas também, as duas jovens estavam cientes que estavam seguras na Mansão com seus vampiros, não se importavam com o que acontecesse lá fora. Milhares de magos poderiam sofrer e morrer além de seus muros, desde que estivessem seguras, não parecia ser mais problema delas.

Embora Harry estivesse satisfeito por elas não o reconhecerem como o famoso Harry Potter, ele não pôde deixar de ficar chocado com a atitude despreocupada delas. Ele achou um insulto que houvesse tão pouco interesse nos infortúnios que atingiram o seu país.

Quanto mais os dias passavam, mais febril Harry ficava. Ele queria agir, roubar Gringotes, pegar a taça de volta e destruí-la. Harry queria seguir em frente em sua missão para provar a Rony e Hermione, quando os encontrasse, que qualquer que fosse seu problema ou o cálice que ele fosse, ele ainda era capaz de assumir a missão que Dumbledore havia deixado para ele. 

Ver Draco descansando com seus amigos, passando dias inteiros jogando cartas em uma sala enfumaçada pelo cachimbo de Lionel, tendo conversas que Harry não entendia, o frustrava enormemente. Queria sacudi-lo, movê-lo, fazê-lo entender a urgência da situação.

Todavia, quando ele viu o quão devagar os vampiros se moviam, como se o tempo tivesse um controle diferente sobre eles do que sobre ele, Harry se desesperou. Para os vampiros, o tempo parecia congelado, parado, eles não tinham mais ideia do como funciona um relógio. Eles simplesmente existiam, silenciosamente fazendo ocupações que podiam durar horas e deixando o tempo passar sem se preocupar realmente com nada. 

Eternidade é o anagrama de um abraço {Drarry} Onde histórias criam vida. Descubra agora