𝘂𝗻𝘁𝗶𝗹 𝘆𝗼𝘂 𝗮𝗿𝗿𝗶𝘃𝗲. hannah mccloud

𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝘄𝗲𝗻𝘁𝘆 𝗳𝗶𝘃𝗲

[hannah mccloud]
segunda-feira. 24 de outubro
Los Angeles - 06:41 pm

Abro a porta da minha casa, entrando e em seguida, fechando-a nas minhas costas. Passo pela sala, encontrando minha mãe sentanda no sofá cabisbaixa e com as pernas cruzadas enquanto segurava seu celular com as duas mãos.

Sem falar nada, apenas a ignoro começando a subir as escadas.

⸻ Para, desce aqui, eu quero conversar com você ⸻ Escuto-a dizer com a voz rígida.

Paro quase no meio da escada, sentindo minhas pernas tremerem e o medo e nervosismo invadirem o meu corpo. Me viro descendo os degraus e antes que eu conseguisse me estabelecer no chão, ela pergunta:

⸻ Onde você estava? O dia interio? ⸻ Levanta a cabeça para me olhar nos olhos.

⸻ Na escola e depois eu fui na casa da Sadie ⸻ Minto, a minha suspensão só acabaria amanhã e a Sadie estava trabalhando o dia todo hoje, então, eu acabará de ficar o dia andando no shopping.

⸻ Não, eu quero a verdade ⸻ Diz ao não esboçar nenhuma reação a minha resposta.

⸻ Oi? Essa é a verdade? ⸻ Ou eu tinha desaprendido a mentir, ou ela sabia de alguma coisa.

⸻ Então, você não foi suspensa por brigar com uma colega há duas semanas atrás? E nem passou esse tempo todo mentindo para mim! ⸻ Seu tom de voz ficou alto de repente, sinto que a minha expressão de incompreensão se transformou em uma grande carranca assustada. ⸻ A escola me ligou, você só entra na escola amanhã se eu for com você. Eu vou me atrasar para o meu trabalho por causa que a porra da minha filha de 17 anos não conseguiu se controlar e agrediu alguém.

Apenas continuo olhando-a mesmo querendo falar, gritar, esbravejar com ela, o nó que eu tinha na garganta não me permitia.

⸻ Assim que você fizer 18 anos, eu quero você fora da minha casa. Eu liguei pro seu pai, ele já sabe de tudo que a filhinha querida dele fez, se você quiser, pode ir para Nova York e morar com ele, mas eu quero você fora daqui.

Quando ela percebeu que eu não tinha nada para falar, deixou com que eu subisse para o meu quarto e assim eu faço. Fechando a porta devagar, mesmo quero bate-lá com toda a minha força. Encaro todo o cômodo totalmente imóvel, respirando o mais fundo que eu conseguirá.

Em um movimento rápido, tirei o meu celular do bolso da minha calça na intenção de joga-lo na parede com toda a minha força, mas antes que eu conseguisse, ele começou a tocar na minha mão, olho para a tela e não sei como reagir. "Pai"

⸻ Alô? ⸻ Digo assim que atendo e coloco o celular no ouvido.

⸻ Oi filha, como você 'tá? ⸻ Escuto a voz do meu pai e sinto meus olhos marejarem com rapidez.

⸻ Ela falou com o senhor- ⸻ Não consigo terminar a frase.

⸻ Calma, meu amor. A sua mãe falou comigo sim ⸻ Falou calma mas existia um ponto de preocupação na sua voz ⸻ Você quer vir para Nova York? Eu compro uma passagem agora e você já vem amanhã.

⸻ Não, não precisa, pai.

⸻ Você tem certeza? ⸻ Me sento na ponta da cama olhando para o chão.

⸻ Tenho sim, muito obrigada ⸻ Fecho os olhos sentindo minha cabeça começar a latejar.

⸻ Posso fazer uma pergunta? ⸻ Respondo com apenas um "Uhum". ⸻ Por que você bateu naquela garota?

⸻ Pai...

⸻ Se você não quiser falar, ta tudo bem. Eu só queria entender o seu lado da história.

⸻ É que...o senhor lembra da S/n? Aquela minha amiga que comentei outro dia...

Conto toda a história para ele, recebendo um sermão de leve no final de tudo, mas não de uma forma ruim, foi reconfortante. Ficamos conversando por mais algumas horas e quando eu escutei seu décimo bocejo em menos de 8 minutos, disse para que ele fosse dormir, finalizando assim a ligação.

Vou para o banheiro, tomo um banho e visto um pijama em seguida, logo me deitando na cama e adormecendo sem perceber.

espero que tenha gostado!
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xoxo lisa