Papai Kou e Papai Ashi

01 Jantar

- OLHA O OVO! - Gritou o Bokuto mais velho enquanto desviava da fumaça de trigo que vinha em sua direção. Tudo está a maior desordem na casa dos Bokuto, e isso normalmente significa algo normal e cotidiano.

Shouyou estava com vontade de comer bolo de chocolate, e como um bom pai que faz tudo que seu filho pede, Koutarou foi fazer o maldito bolo. Resultado; A cozinha virou uma festa. O pote de chocolate em pó se encontra vazio com todo seu conteúdo na parede e piso. A bandeja de ovos acaba de cair e foi tudo parar na cabeça do ruivo que apenas ri ainda mais da situação. E não vamos nem mencionar o pacote de cinco quilos de trigo que agora está em todos os lugares possíveis e impossíveis da cozinha mediana.

O adulto ria junto de seu filho e ambos estavam deitados no chão que por pouco não se tornou a própria massa do bolo. Se Sakusa estivesse ali ele provavelmente já teria desmaiado pelo tamanho nojo que se encontra a casa neste exato momento. A sala com o piso cheio de pipoca amanteigada, refrigerante que mancha a parede branca e o pior de tudo, as tintas do pequeno Shouyou que haviam caído na mesa a sujando. Não importa o quanto os amigos peçam, todo final de semana é essa desordem, já que é o único momento do dia em que Bokuto consegue passar cem por cento do seu tempo com seu filho.

Enquanto pai e filho estão deitados na bagunça, a porta de entrada do apartamento é destrancada e de lá vem Akaashi, que ao entrar na residência do amigo já sentiu o embrulhar no estômago. Novamente aquela dupla havia feito a maior desordem e não era nem meio dia de um sábado. Sentindo o cansaço de seu dia que mal havia começado, o moreno já começa a pegar os sapatos e agasalhos que se encontram na porta e os deixa no cesto de roupa que havia colocado lá, mas que obviamente foi esquecido. Pegou os copos e potes que se encontram na mesa de centro e arruma os potes de tinta para que deixem de despejar suas cores. A bagunça deste apartamento começa a desesperar Keiji, que caminha até a cozinha e deixa os utensílios no balcão de mármore e lá se depara com a discórdia em forma de risadas e muita sujeira.

- Shouyou pro banho agora! - Falou com sua típica voz de quando repreende a criança de lindos olhos mel e logo depois a vê parar de rir e fazer uma feição desesperada correndo para o banheiro - Que nojeira é essa Koutarou? Eu saí daqui ontem com tudo em ordem e isso já se encontra um caos. - Era possível ver o cansaço nos olhos de Akaashi, mas a irritação era tão visível que fez até mesmo a alma do dono dos fios cinzas tremer. Caminha calmamente até o amigo e o puxa do chão sujo e o joga na área de lavação, dizendo para sair de lá quando tiver se livrado da sujeira de suas roupas e pego os produtos de limpeza.

E enquanto esperava o amigo colocar sua roupa para lavar e trouxesse tudo que fosse preciso para a limpeza do apartamento, o moreno foi ao banheiro do corredor e verificou se Shouyou estava bem e se tomava seu banho corretamente. No final era mais água espalhada para todo canto do que um banho normal, fazendo com que Keiji fosse obrigado a banhar a criança e limpar todo banheiro em seguida. Colocou uma roupa confortável no pequeno, sendo ela uma blusa azul bebê de manga comprida e uma jardineira branca com dois bolsos. Colocou meias no ruivo e uma touca branca com pompom, e apenas quando terminou de o arrumar, ele deu um peteleco na testa da criança e olhou como uma mãe olha seu filho.

- Desculpa papai Ashi, o Shouyou não faz mais! - Disse com um bico nos lábios fazendo com que a fofura que já nasceu com a criança, se multiplicar. Akaashi se encontra bobo, faz um mês que o pequeno vem tendo a mania de o chamar de pai, e mesmo que Koutarou explique que é errado, nada tira essa ideia de sua cabeça. Para Shouyou ele tem dois papais muito lerdos.

- Quem começou a bagunça?

- O Shouyou... - Fala com a cabeça baixa e com o rostinho vermelho, sabe que sua fofura não vai quebrar a barreira de seu papai ranzinza. Quando faz algo errado recorre ao papai Kou, que sempre o defende de tudo e graças a isso o mima mais que o normal.