Capítulo #45

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Pov. Marília

Sentadas na mesa de outro restaurante. Esperando nossos pratos chegarem. Notei o olhar curioso de Claudia sobre mim.

_Oque está fazendo? — Perguntei tentando parecer o menos grossa possível.

_Observando você! — Ela retrucou confiante de sua atitude.

_Pois saiba, que eu não gosto de ser observada! — Lancei sem pensar, me arrependendo em seguida — Olha me desculpa, eu devo ser uma péssima companhia.

_Tudo bem Marília! Gosto de você assim, parece mais verdadeira. Não estou dizendo que geralmente você é falsa, é porém... Às vezes você prefere esconder o obvio, do que apenas senti-lo.

_Oque está tentando dizer?

_Está obvio, que aconteceu algo entre você e a Maraisa! Quer dizer, para mim, isso é mais que obvio. Eu só acredito que não deveria esconder oque sente, guardar para si... Se está com raiva, fique com raiva, se está triste fique triste, se estiver a fim de quebrar tudo... faça. Todo mundo tem dias ruins, e a única maneira de fazer eles passarem, é expor eles, os deixando ser dias ruins, até você acordar e ver que já acabou!

Após Claudia dizer aquilo, tudo oque eu queria naquele momento era gritar e extravasar oque estava sentindo. Suas palavras pareceram como uma chave do portão de minhas emoções, e a primeira que veio foi a tristeza, me fazendo chorar desesperadamente.

Claudia imediatamente sentou-se ao meu lado, me abraçando.

_Isso Marília... Pode chorar, deixa oque estiver sentindo sair de dentro de você... Estou aqui — Ela acariciava minhas costas, me causando um conforto e uma segurança inexplicável.

Minutos depois nossos pratos chegaram e ainda estávamos abraçadas. Decidi deixar para sofrer em casa, não voltaria acabada para a empresa, arriscando que Wanessa me encontrasse naquele estado. Me soltei do abraço e limpei minhas lágrimas com o guardanapo. Respirei fundo e segui adiante com nosso almoço.

_ Marília — ela segurou meu rosto com uma das mãos, fazendo com que nossos rostos ficassem próximos — Estou aqui, e eu ficarei com você nesses dias ruins e quando eles passarem, eu ainda estarei aqui, para aproveitar os dias bons com você!

Sorri ao ouvir aquilo. Sua boca se aproximava da minha lentamente. Não tinha nada a perder com aquele beijo, então fechei meus olhos para sentir oque seguiria.

_Oque pensa que está fazendo Cláudia? — Ouvi a voz mais familiar da minha vida. Já pedindo mentalmente para não ser quem eu tinha certeza que fosse.

_Bom... Maraisa! — Cláudia dizia sorrindo cinicamente para Maraisa que parecia um touro, soltando fumaça pelo nariz, fuzilando Cláudia com os olhos — Antes de você nos atrapalhar, eu iria beijar está linda moça ao meu lado. Oque você pensa que está fazendo?

_Eu estava a procura da minha namorada! Só não esperava a encontrar com uma aproveitadora como você! — Maraisa retrucou fazendo Cláudia levantar e ficar frente com ela.

_Na empresa você pode até ser minha chefe. Mas aqui fora não é nada!

_Sua...

_ Maraisa! — gritei, forçando a atenção das duas que se fuzilavam — Oque pensa que está fazendo? Não temos nada! Não mais, isso graças a você!

_Amor... — Ela se aproximava.

_Não me chama assim — me afastei — Se me amasse como disse, não faria oque fez comigo! — disse com lágrimas​ nos olhos. Respirei fundo, não iria chorar na frente dela, não mais.

_Não tem mais nada para você aqui Maraisa! — Cláudia disse, despertando um lado da Maraisa que eu não conhecia. O lado violento.

Ela praticamente pulou em cima de Cláudia, dando um tapa em seu rosto. Por sorte o garçom chegou a tempo de que algo pior acontecesse, tirando a Maraisa me cima de Cláudia que estava no chão. Imediatamente acudi a nocauteada.

_A propósito — Maraisa se debatida para sair dos braços do garçom que a segurava — Está demitida!

_Otimo! Odiava aquele emprego de merda mesmo! — Cláudia retrucou já se levantando do chão indo para cima de Wanessa. Dessa vez, foi impedida por mim, que a segurava pela cintura.

_A empregadinha se revoltou? Não era isso que você dizia... Se me lembro bem você implorava para não ser demitida!

_ Maraisa já chega! — Gritei afastando Cláudia até um canto no restaurante — Ei me escuta... — segurei seu rosto para que se focassem em mim — Não vale a pena! Fica aqui, vou conversar com ela!

Disse isso já me distanciando de Claudia. Segui até Maraisa e a segurei pelo braço, a levantando para fora do restaurante. Sendo acompanhada por todos que pararam para assistir ao 'show'.

_Que merda você pensa que está fazendo?! — A joguei contra parede parando em sua frente.

_To correndo atrás do que é meu! — Ela disse me beijando.

A professora - adaptação (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora