Herói e Vilão

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É, demorei, mas ponho a culpa todinha na facul e no cotidiano agitado - mas me deem um crédito, olha o tamanho desse DRAGÃO (16K)
Não ficaria tão grande se não fossem as cenas ~calientes~ hehe, bora animar a sexta feira santa de vcs 😋 (ok, meio controverso).
Boa leitura!


***

Na manhã seguinte, Bakugou acordou puto.

Estava puto com tudo e todos. Com o mundo. Com Deku. Mas, principalmente, consigo mesmo.

Não conseguia acreditar na burrada que havia feito. Não conseguia acreditar que deixou aquela chance escapar por entre seus dedos da forma mais ridícula possível. Porra, era para ter prendido Deku! Conseguiu pegá-lo e imobilizá-lo, algo que nunca mais voltaria a acontecer naquela vida. Como foi burro, como foi idiota...

A chance foi perfeita. Finalmente poderia colocá-lo atrás das grades e ter sua tão almejada paz, finalmente poderia acordar sem esperar esbarrar em trocentos buquês a caminho do serviço. Teve ele rendido, em sua cama, sem chance de escapatória, e quando a oportunidade de o entregar de bandeja para a polícia surgiu...

Deixou-o ir.

Pior: mandou ele fugir.

Que porra foi aquela? Onde estava com a cabeça? Onde estava o herói perfeccionista que gostava de fazer o trabalho bem-feito, sem ligar para influências de terceiros? Como pôde estragar tudo?

No fundo, algo dentro dele tinha uma resposta. Mas optou por mandá-la à casa do caralho.

Demorou um tempo para levantar-se. Encarou o teto por longos minutos, corpo derrotado e olhos pesados pela péssima noite de sono. Estava morrendo de vergonha de si mesmo. Morrendo de vergonha por ter se deixado levar por instintos primitivos dignos do mais bárbaro "homem das cavernas".

O que deu nele para ter beijado Deku? De onde saiu aquela ideia estúpida? Poderia simplesmente ter nocauteado o cara e pronto. Mas não... deixou-se ser afetado pela evidente excitação do rapaz preso abaixo dele. Bakugou orgulhava-se por sempre agir racionalmente, mas naqueles minutos de amassos quentíssimos em sua cama, apenas a cabeça de baixo estava agindo.

Ridículo. Ri-dí-cu-lo.

Dynamight, um herói, beijando Deku, um vilão. Se aquilo virasse notícia, já estaria entregando o uniforme e a máscara agora mesmo. Ninguém precisaria ordenar coisa alguma: faria isso por si próprio. Não aguentaria a humilhação. Não aguentaria a chacota e as críticas da imprensa. Cometeu um deslize terrível quando deixou o vilão escapar, e isso teria consequências caso o fato fosse à público. Seu histórico perfeito e intocado seria manchado e seu objetivo de se tornar o herói número um ficaria na corda-bamba.

Sua carreira estava ameaçada. E tudo por causa de Deku.

Se pelo menos não tivesse agido pela emoção... mas o pior não foi nem isso. O pior foi o que fez durante boa parte da madrugada naquela cama, escondido na escuridão e perdido em fantasias recheadas de desejo. Sentia vergonha de todos os toques, gemidos e imagens que teve com ele. Sentia vergonha de todos os "Deku" sussurrados no cômodo silencioso enquanto mordia os lábios, buscando reprimir o ato, mãos movendo-se num ritmo frenético, sem pausas. Sentia vergonha de todos os pensamentos impuros e nada éticos envolvendo o vilão, num mundaréu de posições possíveis: em cima, em baixo, de lado, de bruços, na bancada, no carro...

Foi uma noite longa. Quando terminou, não era exagero dizer que o colchão havia virado literalmente um foco de incêndio de tanto que suou. Bastava uma faísca acidental de suas mãos para que os lençóis e travesseiros pegassem fogo — com ele junto.

Vilania em Rosas | BakudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora