Desde o dia em que a Vi entrou naquele depósito, de noite, onde não tinha ninguém naquele lugar, um lugar assombrado, onde ali começou todo o terror de nossas vidas, e nele armazenava os barris de Centylle.
Eu não fiquei tão feliz mais tão feliz que a única coisa que eu queria fazer ali era abraça-la (sim, eu queria fazer isso)
Estava quase descendo as escadas na expectativa de falar com a de cabelos rosas, até que meu subconsciente me impede de realizar meu sonho.
- Calma Tere... Lembre-se que foi ela que te machucou no passado... Ela que te feriu... Ela que te quebrou por completo... Se esqueceu disso?
- Sim mas... - disse baixo
- Tere entenda: Vc não a ama, nem a Vi te ama mais... Ela demonstrou o rancor que ela sentia por vc alguns dias antes da explosão, vc sabe que ela te odeia... Então dê o gosto do seu próprio remédio...
Eu engoli seco naquela hora, eu queria muito ver a Vi de novo.
- Assombre-a, deixe-a espantada... Seja a Tere que vc sempre foi... Ela não merece o amor de um monstro como vc...
Essa voz que eu tinha na minha mente era como uma segunda pessoa, ela que me comandava, ela que fazia as coisas ruins acontecerem, era tudo a Tere.
Sobre as fotos, foi a Tere também, ela queria me deixar na vontade de vê-la, de correr até ela, era como uma sensação de obsessão, só que era um superação, por isso dos corações e "X" nos olhos da garota.
As vezes eu tentava engolir que "Tereza" estava no passado, mas mesmo assim eu tenho lado frágil que eu tento disfarçar sendo forte e superando muralhas de rocha.
- Deixe-me te comandar...
- Por favor de novo não... - disse quase chorando
- Vc vai ter que deixar... Se não coisas cruéis vão acontecer...
Aquilo me deixou apavorada, então, tive que ceder à essa tentação...
Foi a Tere que deixou o meu caderno encima dos barris, foi ela que escreveu a frase na parede, tudo foi ELA.
No sequestro, foi a mesma coisa. Ela que fez tudo aquilo, e eu apenas presenciei, e quando a Vi, Caitlyn e Powder conseguiram fugir mas a Vi ficou, ali era apenas eu normal, tentando me convencer de que eu estava mudada sendo que lá no fundo eu era a mesma, só que um pouco diferente.
Ter a Vi perto de mim, fazendo um cafuné no meu cabelo, e falando coisas que me deixavam totalmente entregue à ela me fazia ficar apaixonada. E também, quando ela veio me ajudar com o tiro, também era eu, como eu tinha achado que a Vi estava querendo me trair, eu tinha que recusar seja lá o pedido que ela quisesse por mim.
E quando ela disse essa noite vc não vai ficar sozinha, eu senti o meu sangue ficar mais quente.
Eu sei que sou obsessiva, mas quando se trata da Vi, eu roubo, eu brigo, e mato para tê-la do meu lado.
De manhã, eu acordei e não senti mais a presença da Vi nas minhas costas, ou seja, ela já tinha ido embora.
Minha visão estava embaçada, mas do meu lado eu vi que estava o meu caderno, não era possível que durante aquela noite agitada ela estava com o meu caderno o tempo inteiro.
Eu abri e vi que ali estava as mesmas informações da criação da Centylle, todas as minhas inspirações, mas não estava mais ali as fotos que a Tere tirou.
Então, rapidamente verifiquei o começo da capa, para ver se tinha as cartinhas que eu mesma escrevi, e vi que ainda estavam lá.
Aliviada, respirei fundo, e tirei a folha que cobria as cartinhas. Pego cada um deles e fico lendo cada um, e sim, aquelas cartas era pra Vi, mas como eu não estava falando com a Vi, eu guardei todas elas, e mesmo se eu estivesse falando com ela, ela não iria mostrar essas cartas, até pq não dá pra mostrar algo romântico para a pessoa que vc gosta.
Depois de ler cada uma delas, dei vários beijos nelas e deitei no chão rindo, em seguida, olho pro teto sorrindo
- Vc tem algum problema mental?
- Tenho... Isso se chama paixão...
Logo encolhi minhas pernas e mordi a unha do meu polegar um pouco corada e pensativa.
- Eu disse que vc não ama a Vi!
- Eu amo ela sim... Só espero que... Ela sinta o mesmo por mim... - levantei e guardei as cartinhas e o caderno.
Em seguida saio da casa da árvore e ponho a minha máscara e vou em destino ao depósito.
Eu estava feliz naquele dia, acho que quase nada iria me abalar ali.
Eu acho...
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