ʷᵉⁿᵈʸ ᵐᵃⁿᵈˢ ᶜᵃʳᵗᵉʳ

ⁿᵉʷ ʸᵒʳᵏ
ᴛᴇʀçᴀ - ғᴇɪʀᴀ|ᴍᴀʀçᴏ
7:10

Resmungo um pouquinho com a cantoria dos passarinhos atrás de minha janela, mas logo dou um sorriso com a fofura deles, eles sempre estão me acordando de manhã.

Mas volto resmunga com dor no corpo, essa cama não é tão confortável, igual de Dores ou Anastácia, filhas de Celina, digamos que aproveitei que elas saíram de casa eu fui testar as camas delas, que são feitas de algodão.

Me sento na cama ainda sonolenta, e dou uma visualizada no meu quarto, que digamos que é um porão.

Me assusto com os passos pesados na escada, e encolho-me na cama com medo.

Logo a porta é destrancada, sim, elas sempre me trancão aqui, não posso sair do porão mesmo se estiver com fome, mas pelo menos eu tenho um mini banheiro aqui no porão.

- levante-se sua incompetente, tem afazeres pra fazer - Celina berra assim que abre a porta com brutalidade.

Me assusto com sua cara zangada, Celina é uma mulher vaidosa, com seus cabelos atingidos com o vermelho mas tem alguns fios grisalhos, usa perfumes fortíssimos que me leva ao enjoou, ela tem algumas rugas mas sempre tenta dar um jeito de esconde-las com base.

- d-desculpa Celina - falo gaguejando.

- primeiro, é Senhorita Celina, segundo pare de falar como bebezinha - diz furiosa e saí como furacão pela porta.

Da uma vontade enorme de chorar, eu sempre me assunto quando gritam comigo.

Me levanto da cama e vou direto pro meu mini banheiro, faço minha higienização meio desajeitada mas faço, pego minha roupa que estava pendurada atrás da porta do banheiro, é um vestido xadrez que vai até acima do meu joelho, é meu uniforme que eu uso pra trabalhar.

Penteio os meus cabelos e faço um coque, logo estou saindo do meu "quarto" e descendo as escadas que leva até o corredor da casa.

Assim que estou no corredor com paredes de madeira, vou até a cozinha onde escuto risadas escandalosas.

- olha só se não é a faxineirinha de quinta categoria - Anastácia diz me olhando de cima a baixo assim que paro na frente da mesa do café.

- por que tanta demora? - pergunta Celina largando seu jornal em cima da mesa me olhando furiosa.

- s-sinto m... - sou interrompida por Dores.

- Cala a sua boca cretina, e vai fazer o seus afazeres... Ah, você não irá tomar café da manhã, por conta do seu atraso, agora vaza daqui! - grita apontando o dedo na minha cara, não consigo segurar, então as lágrimas escorrem sobre o meu rosto.

- ah, me faça mil favor, você chora por tudo, parece até uma bebezinha.... Ahh é, você é uma bebezinha mimada - zomba Anastácia - SAÍ DAQUI VERME! - grita e saio correndo da cozinha assustada e com medo.

Paro de correr assim que reparo que já estou no quintal da casa, sento em alguns banquinhos que tem pelo jardim, e começo a chorar e soluça.

- P-papai...M-mamãe, Wendy tá com m-medo, voltem pra mim - falo gaguejando por conta do soluços.

Eu só queria ser amada de novo, igual mamãe e papai faziam comigo, eu queria me sentir segura como anos atrás.

𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 Ú𝐧𝐢𝐜𝐚 𝐑𝐚𝐳ã𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora