Quarto em casa de Florência: mesa, cadeiras, etc., etc., armário, uma cama grande com cortinados, uma mesa pequena com um castiçal com vela acesa. É noite.
CENA I
Florência deitada, Emília sentada junto dela, Juca vestido de calça, brincando com um carrinho pela sala.
FLORÊNCIA — Meu Deus, meu Deus, que bulha faz esse menino! EMÍLIA — Maninho, estais fazendo muita bulha a mamãe...
FLORÊNCIA — Minha cabeça! Vai correr lá para dentro...
EMÍLIA — Anda, vai para dentro, vai para o quintal. (Juca sai com o carrinho.)
FLORÊNCIA — Parece que me estala a cabeça... São umas marteladas aqui nas fontes. Ai, que não posso! Morro desta!...
EMÍLIA — Minha mãe, não diga isso, seu incômodo passará. FLORÊNCIA — Passará? Morro, morro...(Chorando:) Hi................................... (Etc.)
EMÍLIA — Minha mãe!
FLORÊNCIA, chorando — Ser assim traída, enganada! Meu Deus, quem pode resistir? Hi, hi!
EMÍLIA — Para que tanto se aflige? Que remédio? Ter paciência e resignação.
FLORÊNCIA — Um homem em quem havia posto toda a minha confiança, que eu tanto amava... Emília, eu o amava muito!
EMÍLIA — Coitada!
FLORÊNCIA — Enganar-me deste modo! Tão indignamente, casado com outra mulher. Ah, não sei como não arrebento...
EMÍLIA — Tranqüilize-se, minha mãe.
FLORÊNCIA — Que eu supunha desinteressado... Entregar-lhe todos os meus bens, assim iludir-me... Que malvado, que malvado!.
EMÍLIA — São horas de tomar o remédio. (Toma uma garrafa de remédio, deita-o em uma xícara e dá a Florência.)
FLORÊNCIA — Como os homens são falsos! Uma mulher não era capaz de cometer ação tão indigna. O que é isso?
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O Noviço - Martins Pena
HumorFlorência era totalmente cega em relação a Ambrósio, achando-o um homem perfeito e se sentia uma felizarda por entre tantos pretendentes ter escolhido um que a amava de verdade e que não estava interessado em seu dinheiro. Assim, Ambrósio tinha uma...