ATO TERCEIRO

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Quarto em casa de Florência: mesa, cadeiras, etc., etc., armário, uma cama grande com cortinados, uma mesa pequena com um castiçal com vela acesa. É noite.

CENA I

Florência deitada, Emília sentada junto dela, Juca vestido de calça, brincando com um carrinho pela sala.

FLORÊNCIA — Meu Deus, meu Deus, que bulha faz esse menino! EMÍLIA — Maninho, estais fazendo muita bulha a mamãe...

FLORÊNCIA — Minha cabeça! Vai correr lá para dentro...

EMÍLIA — Anda, vai para dentro, vai para o quintal. (Juca sai com o carrinho.)

FLORÊNCIA — Parece que me estala a cabeça... São umas marteladas aqui nas fontes. Ai, que não posso! Morro desta!...

EMÍLIA — Minha mãe, não diga isso, seu incômodo passará. FLORÊNCIA — Passará? Morro, morro...(Chorando:) Hi................................... (Etc.)


EMÍLIA — Minha mãe!

FLORÊNCIA, chorando — Ser assim traída, enganada! Meu Deus, quem pode resistir? Hi, hi!

EMÍLIA — Para que tanto se aflige? Que remédio? Ter paciência e resignação.

FLORÊNCIA — Um homem em quem havia posto toda a minha confiança, que eu tanto amava... Emília, eu o amava muito!

EMÍLIA — Coitada!

FLORÊNCIA — Enganar-me deste modo! Tão indignamente, casado com outra mulher. Ah, não sei como não arrebento...

EMÍLIA — Tranqüilize-se, minha mãe.

FLORÊNCIA — Que eu supunha desinteressado... Entregar-lhe todos os meus bens, assim iludir-me... Que malvado, que malvado!.

EMÍLIA — São horas de tomar o remédio. (Toma uma garrafa de remédio, deita-o em uma xícara e dá a Florência.)

FLORÊNCIA — Como os homens são falsos! Uma mulher não era capaz de cometer ação tão indigna. O que é isso?

O Noviço - Martins PenaOnde histórias criam vida. Descubra agora