Capítulo 9

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Suponho que estamos perdidos ou pior, minha amiga tinha razão e Edgar está me sequestrando, porque não é possível, nós não termos ainda chegado no hotel fazenda dos pais dele.

Faz 1 hora que tínhamos que ter chegado e ainda estamos no meio do nada. E o pior, estou com fome, sono e com vontade de fazer xixi.

No gps fica mandado dar voltas e voltas e dizendo que daqui a 5 minutos iremos chegar, chegar na onde? No núcleo da terra?

— Edgar, pare esse carro. — Falo, irritada. Ele desvia os olhos da direção e me olha. — Você está dando voltas e voltas com esse carro faz horas, estou com vontade de comer alguma coisa.

— No gps está dizendo que já estávamos chegando...

— Nós estamos perdidos no meio de alguma divisa de cidade. — Massageio as têmporas. — Liga para alguém da sua família e pede o endereço.

— Claro que não, eu sei como ir para a casa de meus pais. — Ele diz, no modo ofendido.

— Sabe mesmo? Éramos para estarmos 1 hora atrás no destino. — Falo apontando para a pequena giringonça que ele insiste confiar.

— Calma, já estamos chegando. — Ele tenta amenizar as coisas. — Você quer que eu pare em algum lugar?

— Sim. — Digo, brava.

Ele segue dirigindo e quando avistamos um posto de gasolina ele para e eu desço rapidamente para ir ao banheiro e comprar algo para comer na loja de conveniências. Quando volto para o carro, Edgar está aproveitando para pedir informações e encher o tanque.

— Não era você que estava com tudo sob controle? — Pergunto enquanto entro no carro.

— Pode se dizer que eu entrei em uma ou duas ruas erradas. — Ele se apoia na janela do carro. — Chegaremos segundo o moço em 30 minutos.

Reviro os olhos e abro o pacote de batatas que comprei.

— Sabe de uma coisa? — Ele pergunta.

— An? — Murmuro com a boca cheia de batatas chips.

— Você fica linda bravinha. — Edgar ri e enfia as mãos no pacote de batatas e rouba um monte de batatinhas.

— Argh! As batatas são minhas. — Aperto o pacote contra o peito. — Se quiser vai lá comprar um pra você. Que saco...

— Já deu pra perceber que você fica brava com fome. — Edgar diz baixinho quando se afasta. Ele passa pela frente do carro, paga o homem e entra no veículo. — Vamos logo, antes que você me mate!

Com isso, seguimos para estrada novamente, mas pelo menos dessa vez sabemos aonde realmente ir.

A noite já está quase chegando e o pôr do sol já se faz presente, mostrando lindos tons de amarelo, vermelho e laranja no céu. Não sei como conseguimos pegar essa visão tão linda da paisagem, sendo que Edgar se atrasou no trajeto. Mas pelo menos valeu a pena, a visão do sol é linda sob as plantações que tem em volta da estrada.

Perto de 20 minutos depois entramos em Bela vista. Não vemos muita coisa da cidade porque Edgar faz o caminho certeiro até o hotel fazenda dos pais onde vai acontecer o casamento e a maioria dos parentes vão estar hospedados.

Quando entramos em uma estrada, rodeado por uma mini floresta e seguimos a frente, tenho certeza que estamos quase chegando. Preparo-me psicologicamente para conhecer não só os pais e sim a família de um namorado, pela primeira vez.

Respiro três vezes e expiro.

— Ta tudo bem? — Edgar desvia o olhar da estrada.

— Sim, claro! — Forço um sorriso.

Na Melhor das HipótesesOnde histórias criam vida. Descubra agora