Capítulo 2

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Já é a segunda vez que meu chefe passa na minha frente e estou aérea na minha função de caixa. Se ele passar mais uma vez aqui e me pegar com um livro aberto e pensando em coisas que não sejam dar o troco certo para o cliente, tenho certeza que ele vai me demitir.

Quando Seu Will passa para o seu escritório, pego o meu mais novo livro de romance debaixo do balcão e continuo lendo. Sempre fui fã de literatura e quando tem romance na história, pode ter certeza que irei favoritar e amar.

Romance é o meu gênero na minha opinião e quando o casal principal se odeiam...

Fica melhor ainda!

Me empertigo na cadeira e tento prestar atenção no movimento da loja. Hoje o movimento está fraco, ainda mais para o horário do dia, o fluxo de pessoas aumenta quando é 18:00 e as pessoas saem de seus trabalhos ou escolas e querem ler um bom livro, escutar música e beber café, porque afinal, na Cafeoteca tem de tudo.

Vejo cabelos longos trançados aparecer pelo campo de visão da vidraça da loja e me preparo. Letícia está vindo todo dia aqui na loja me trazer alguma sobremesa para se desculpar pelo vacilo que ela deu no final de semana.

— Qual é a sobremesa de hoje? — Pergunto.

Ela abre um sorriso e levanta o pacote em mãos.

— É um potão de açaí, com bastante Nutella e m&m, do jeito que você gosta. — Faço me dê arrogada por apenas 20 segundos, depois não resisto ao doce e pego de suas mãos. — Agora você me desculpa?

Ela bate os cílios e faz beicinho, como se tivéssemos voltado aos 10 anos de idade.

— Não. — Dou uma colherada no açaí recheado. — Vou querer ir para o Bistrô do centro amanhã, as pessoas falam muito bem de lá e tem um bolo específico que vi no catálogo ontem, que me parece muito bom, além de que, você vai pagar tudo o que eu consumir.

Letícia bufa e deixa os ombros caírem.

— Você está me extorquindo.

— Você merece!

— Mereço, não. — Ela ajeita as tranças box braids em um coque grande no topo da cabeça. — Sou uma ótima amiga.

— Ah, claro. — Debocho.

Como o meu açaí em paz enquanto Let contorno o balcão e vem para perto de mim e se senta na cadeira ao meu lado.

— Eu só queria dizer mais uma vez que foi vacilo meu ter sumido no sábado e ter deixado você sozinha lá. — Apenas assinto para que ela continue. — juro que não vou mais fazer isso. — Ela coloca os dedos indicadores na boca fazendo formato de cruz.

— Está tudo bem, você está perdoada, mas você ainda vai me levar ao Bistrô amanhã.

— Okay. — Ela se anima. — O que importa é você ter me perdoado.

E é assim que fazemos as pazes, desde que estávamos no fundamental. Se eu fizesse algo de errado, fazia de tudo para anima-lá e conseguir seu perdão e a mesma coisa com ela em relação a mim.

— Então... — Ela começa a girar a cadeira de um lado e para o outro sem sair do lugar. — Com quem você voltou no sábado?

Com essa pergunta, lembro de todo o caminho que eu e o Edgar - descobri o nome dele depois que decidimos sair do hotel - trajamos até o caminho da minha casa e estranhamente me dá um frio na barriga por pensar no cara misterioso do hotel.

— Não consegui chamar o uber porque a internet não estava o suficiente para navegar pelo aplicativo de carro. — Me explico. — Peguei carona com Edgar.

Na Melhor das HipótesesOnde histórias criam vida. Descubra agora