Maria Helena

A morte de Almerinda

Era uma manhã de inverno forte neblina o frio era cortante, a grana estava coberta de gelo, a cidade de Cruz Alta no estado do Rio Grande do Sul, tinha sofrido com mais um dia de frio congelante. Aquela noite Sr Pedro Marcos da Cruz havia passado a noite com seus filhos em volta do caixão de sua esposa Almerinda a qual falecera com 29 anos deixando 6 filhos 2 homens e 4 meninas. A noite foi muito longa, vários vizinhos e amigos vieram solidarizar com a família, Almerinda vinha sofrendo com uma doença desconhecida.
A casa ficava em um sítio fora da cidade, era uma pequena propriedade , onde tinham vacas de leite, carneiros, porcos, galinhas e dois alqueires de roça.
As crianças eram pequenas, Augusto era o mais velho com 10 anos, Maria Helena com 8 anos, Rubiano de 6 anos, Etelvina de 4 anos, justina de 2 anos e Clarinda ainda de colo.
Chega a hora da partida, tia santina irmã de Almerinda cuidava das crianças, estava a meses fazendo o papel de mãe naquela casa a meses, os pais a mandaram pra cuidar da casa da irmã e das crianças, devido a enfermidade de Almerinda. Chega a hora do enterro e Seu Pedro da ordem para que a carroça se aproxime para colocar o caixão rumo ao cemitério, nisso começa o choro incontrolável da tia santinha e dos avós das crianças , Augusto abraça Maria Helena e diz a ela, Mana naquele caixão está indo a nossa mãe e nunca mais vamos ve-la e a carroça vai se distanciando acompanhada por pessoas conhecidas, ao lado do caixão na carroça vai 2 das filhas mais novas sentadinhas vestidas de preto e tia santinha acompanha de perto com uma das mãos na carroça e na outra um lenço de tecido que enxugava as lágrimas, Augusto e Maria Helena ficaram em casa sozinhos, Maria Helena fitava os olhos em Augusto que chorava enquanto coloca lenha do fogão, Ela permanece quieta segurando uma boneca de pano que sua mãe havia feito pra ela e se perdia nos pensamentos sem entender o que havia acontecido e como iam viver sem a mãe.