Ayla mudou de país para ir atrás do seu sonho de se tornar Médica. Superou um relacionamento abusivo e conseguiu se livrar dele. Anos se passaram e agora ela está de volta ao Rio de Janeiro para uma nova fase da sua vida.
Pietro sofreu uma desilusão...
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– Já que terminamos de comer, está na hora de você nos contar sobre tudo. Sabemos pouco de como você se sentiu ao longo desses anos, filha, pois você não queria falar muito, conversava apenas com Murilo. Eu quero que você conte tudo - Diz minha mãe me acolhendo
-– Bom, nem tudo foram flores ao longo desses anos, apesar de eu ter ido atrás do meu sonho e da minha formação, pensei algumas vezes em desistir. Primeiramente quero me desculpar por esconder alguns acontecimentos de vocês dois - Eu disse olhando para os meus pais. – Eu achei melhor não contar para vocês, sobre meus medos e inseguranças, como forma de não preocupá-los. Quis que pensassem que não tive problemas, preferi desabafar apenas com Murilo e meus amigos. Sei que vocês dois não queriam que eu fosse buscar o meu diploma fora do país, me queriam por perto, debaixo de suas asas, portanto me fechei para falar sobre o que acontecia comigo, pois eu não estava disposta a escutar vocês me desencorajando na primeira dificuldade e assim eu fui levando. - Falei para eles e suspirei.
– Tanto Maria, quanto eu, devemos ter o mesmo pensamento de que você não está errada, vendo hoje, como você voltou e a mulher que se tornou, foi melhor não ter nos contado o que acontecia com você na época, porque certamente iríamos te falar coisas desagradáveis, não iríamos passar o apoio que seu irmão lhe passou e poderíamos ter acabado com o seu sonho - Falou o meu pai me olhando e continuou – Também não teríamos a oportunidade de lhe ver formada, em Medicina, em uma das melhores Universidades de Londres e de estar sentindo, de longe, a sua felicidade por ter concluído essa etapa - Finalizou
– Seu pai está correto, Ayla. Infelizmente nem sempre fomos pais exemplares para você. Você não foi morar fora totalmente sem o nosso apoio, mas também não repassamos 100% dele para você, não repassamos o que merecia que eram apenas palavras positivas e de conforto. Não justifica tal comportamento, mas nós te víamos como a nossa princesinha, só queríamos te proteger e acabamos não sendo os melhores pais nessa época - Diz minha mãe lembrando e expressando seu arrependimento.
– Eu tentei alertá-los sobre essa proteção sobre ti, que iria te sufocar, mas nunca me ouviram. Acabou que tomaram um choque de realidade quando perceberam que a caçula ia embora do país, mas o choque foi ainda maior quando viram que você não contava muitas coisas da vida sua vida pessoal - Falou Murilo.
– Realmente, eu só precisava do apoio de vocês, porque eu já estava decidida a ir e ninguém me faria mudar aquele pensamento. Não quero entrar nessa questão de que vocês me sufocavam, pois não foi isso que me levou embora, o que me levou foi a oportunidade de estudar em um ótimo lugar. A maioria das dificuldades que tive aconteceram por conta do curso que era bem puxado e exigia tudo de mim, uma nota baixa em alguma atividade já me abalava muito e eu me sentia a pessoa mais burra do mundo, pensava no quão insuficiente eu era e me diminuía horrores. Nesses momentos a insegurança vinha com tudo! Eu também sentia saudade de vocês, eu gostava dessa proteção quando não me sufocava, sempre pensava no colo e abraço de vocês, chorei muitas vezes querendo apenas isso e mais nada. Meu coração chegava a doer e eu pensava se tinha feito a escolha certa em estudar tão longe. Uma vez cheguei a arrumar as minhas malas para voltar, mas felizmente eu desisti - Falei relembrando.