Capítulo 2

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Toquei a campainha em um ritmo insuportável até mesmo pra mim, mas In BuDa não merece menos que isso. A porta se abriu e dei de cara com aqueles olhos enormes me encarando com tédio.

Minha prima usava um pijama da Olivia Palito e estava completamente descabelada, dei de cara com uma mancha nas costas de sua blusa quando ela se virou para entrar. Segui logo atrás e fechei a porta do apartamento.

- Quem? - Ela perguntou assim que fechei a porta.

- An?

- Te chamou aqui?

Revirei os olhos, BuDa e suas piadinhas da quinta-série.

- Sem tempo pra isso, noona*, preciso do seu notebook. - Coloquei minha mochila no chão, com cuidado, pois ali estavam meus materiais preciosos de limpeza, e praticamente corri na frente dela para pegar o computador.

Porém aquela pestinha foi mais rápida e segurou ele com força, tirando da mesa.

- Nooooona! - Tentei uma birra. Ela apenas ergueu a sobrancelha com deboche. - Você sabe que o meu quebrou e eu estou quebrado, agora mesmo quase coloquei abaixo a casa de uma mulher e fiquei sem salário, vamos lá, vamos... - Esfreguei uma mão na outra implorando.

In tossiu e começou a olhar as unhas.

- Palavra mágica?

- Você parece a Son ye Jin. - Arrisquei uma mentira das feias.

- Tente algo melhor. - Ela cantarolou indo se sentar em sua cama, ainda agarrada ao notebook.

- Você parece a Jisoo do BlackPink.

Minha prima mais velha bufou e me olhou com a cara de tédio que só ela sabia fazer.

- Palavras mágicas, SeokCha, não bajulação.

- Wingardium...?

- Por favor, querida prima, entregue-me sua tela mágica de navegação para meu uso por alguns MI-NU-TOS. - Prendi os lábios enquanto ouvia e estendi a mão. Ela me entregou o objeto e foi para o banheiro fazer skin care.

Não sei para quê tanto produto se continua feia. Botei a língua para fora sem que ela visse e comecei a ligar o aparelho.

Precisava enviar novos currículos e checar meus emails - coisa que odeio fazer pelo celular. Aproveitei e coloquei uma dupla que BuDa sempre amou para ouvirmos.

- Como está no trabalho? - Perguntei apenas por educação.

- Nada de mais. - Falou fazendo caretas no espelho. - E como foi colocar a abaixo a casa de alguém desconhecido?

A olhei incrédulo, ela realmente queria falar sobre meu problema na casa da senhorita Kim?

- Pergunte a um mestre de obras, minha budista preferida.

- Aish*! - Ela reclamou. - Católica, católica! Eu não tenho culpa dos meus avós paternos serem devotos de Buda! Tsc!

Soltei uma risadinha, mas continuei.

- In Mary... - A chamei pelo seu nome cristão.

- Sim? - BuDa respondeu doce.

- Não viva o passado, não sonhe com o futuro... - Comecei uma frase de Buda, mas não terminei porque a mulher veio como um raio e me deu um tapa.

- Seu selvagem, aish!

Comecei a rir, mas decidi contar tudo que eu fiz na casa que limpei. Quando terminei, minha prima estava rindo a ponto de imitar um porco.

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