Capítulo 1: A única Rainha em meio a destruição

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Quando Hoseok aceitou a cobiçada posição de segundo babá da mais jovem da prole dos herdeiros Zhadir, nunca imaginou que o papel implicaria dias consecutivos sem dormir e um exilio no canto mais afastado do palácio. O bebê em seus braços estava deitado em seus ombros, grunhindo como um texugo. Seus pequenos dedos se moviam contra a manga de Hoseok, unhas negras finas deixando marcas no tecido. Hoseok dava tapinhas suaves em suas costas em um ritmo constante enquanto andava de um lado a outro do quarto sob o atento olhar de um guarda real.

O quarto tinha uma cama para Hoseok, uma cama mais luxuosa para o bebê, uma cadeira e uma cesta com mantimentos para alimento e limpeza do bebê. Além disso, este era um quarto livre de comodidades, longe da creche e qualquer outra pessoa que quisesse dormir, sem ser incomodado pelos gritos de uma criança com cólicas.

Hoseok ignorou a dor nos braços pelo peso e observou a cama simples no chão com desejo. Não era uma grande proteção contra o chão duro, frio, mas depois de dias sem dormir, parecia acolhedora como um colchão de penas.

- Ainda não fez buracos em seus sapatos? - O guarda, um homem que agora sabia se chamar Taehyung, ofereceu um sorriso simpático. Enquanto o guarda assignado ao dia para a filha mais nova do príncipe Nathan e sua filha única, fazia companhia a Hoseok enquanto o restante do palácio dormia. Sobre tudo em silêncio, às vezes o surpreendia com perguntas sobre sua saúde ou breve sugestão para acalmar o bebê. Hoseok com frequência o
olhava durante longas horas, admirando o brilho de seu cabelo negro e a forma ondulada dos músculos sob a pele vermelha. Possuía mãos elegantes, suas garras negras eram cuidadosamente afiadas.

- Ainda não, mas estou perto. - Ele respondeu suavemente e começou sua centésima, milésima caminhada pelo quarto. - Se contasse os passos que dou pelo quarto, acho que poderia ir e voltar de Kalav.

Momentos como estes, quando seus olhos estavam secos e suas pálpebras pesadas como pedra, desejava ter acompanhado o jovem príncipe da família real, Jungkook, com sua guarnição para Kalav nos meses anteriores. Em troca, ele escolheu ficar em Zhadir. Sua curta estadia com como segundo servo do esposo humano do príncipe lhe ajudou a conseguir sua atual posição, mas este era um trabalho muito mais difícil. O hercegesé humano, tão
diferente dos Zhadir em aparência, era assustador de se olhar, mas muito agradável e mantinha um horário de sono mais misericordioso.

Hoseok se perguntava como o novo príncipe Jimin estaria se adaptando entre os Zhadir. Fosse valente ou imprudente, qualquer ômega que enfrentasse a formidável Rainha Zhadir, Ameerah, possuía uma coluna necessária para fazer frente e ter sucesso em qualquer situação.

A Rainha Zhadir, Ameerah, era temida pelos nobres como uma monarca implacável. Talvez o noivo de Jungkook não fosse Zhadir e não estivesse familiarizado com a reputação da Rainha e não entendesse a necessidade de cautela. O que motivou o hercegesé a tomar estes riscos, fez Hoseok desejar ser testemunha do enfrentamento inicial entre o ômega e a Rainha.

Passou uma mão tranquilizadora pelas costas do bebê quando ela se contorceu a uma posição mais cômoda. O guarda, Taehyung, seguiu seu caminho com o olhar enquanto passava mais uma vez na frente dele. - Isto deve ser um tédio para um soldado. - Disse.

Encolheu os ombros. - Ainda é um dever e sou obrigado a ele. - Seus olhos brilhavam na escuridão do quarto. -Há piores tarefas que vigiar uma criança real mais nova e seu lindo babá.

Seu elogio o surpreendeu e seu rosto se aqueceu. Ele abaixou a cabeça, esperando que a ação escondesse o rubor que ele tinha certeza, marcavam suas bochechas. Taehyung era um homem bonito e se tentasse adivinhar sua idade, diria que ele era mais ou menos uma década mais velho que ele.

Sua posição na guarda real significava uma grande lealdade ao rei e experiencia em batalhas. Durante os dias em que Hoseok e a pequena princesa passaram sob seu olhar protetor, ele descobriu que era gentil, mas não era de flertar. Um elogio de Taehyung carregava um peso e significado. O rubor queimava sua pele.

O Rei Fantasma [Eternos 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora