Capítulo 15 - Salvo

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Capítulo 15 - Salvo

— Ele está vivo? — o rosto de Jungkook parecia um pedaço de papel amassado e alisado novamente. O vestido cinza estava muito amarrotado; ele devia ter dormido durante todo o trajeto desde Londres. 

— Sim. — Taehyung abraçou o irmão, tentando esconder o susto ao perceber a mudança na aparência de Jungkook. Fazia menos de quinze dias que ele saíra de Woldsly. — Sim. Até onde eu sei, ele está vivo. Mas Lorde Granville não deixa ninguém vê-lo. 

A expressão de Jungkook não relaxou. Seus olhos ainda encaravam os do irmão mais novo com intensidade, como se pudesse perder algo importante se piscasse. 

— Então talvez ele esteja morto. 

— Ah, não. — Taehyung virou-se para Hoseok com os olhos arregalados. Me ajude! — Creio que não... 

— Se Park Jimin estivesse morto, nós saberíamos, Kook — interrompeu Hoseok, em socorro do irmão caçula. — Granville estaria se gabando. O fato de que não está significa que Park continua vivo. — ele pegou o braço de Jungkook como se guiasse um inválido. — Entre primeiro. Vamos nos sentar e tomar uma xícara de chá. 

— Não, eu tenho que vê-lo! — afastou a mão de Hoseok como se ele fosse um vendedor inconveniente importunando-o para comprar flores murchas. 

Hoseok permaneceu impassível. 

— Eu sei, querido, mas, se quisermos entrar lá, precisamos demonstrar força quando confrontarmos Granville. Temos que estar revigorados e descansados. 

— Você acha que Namjoon recebeu a mensagem? 

— Sim — disse Hoseok como se estivesse repetindo aquilo pela centésima vez. — Ele deve estar vindo agora. Precisamos estar prontos para quando ele chegar. — o irmão pôs uma das mãos no cotovelo de Jungkook novamente, e, dessa vez, ele deixou ser conduzido até a escadaria principal de Woldsly. 

Taehyung seguia os dois, muito impressionado. O que havia acontecido com Jungkook? Ele esperara encontrar o irmão triste, aos prantos. Mas aquilo… Aquilo era um tipo de sofrimento perturbado, interno, sem lágrimas. 

Se recebesse hoje a notícia de que Leonard, seu amor de verão, tinha morrido, ficaria melancólico. Talvez chorasse e passasse um ou dois dias perambulando pela casa. Mas não ficaria tão arrasado quanto Jungkook parecia estar agora. E o Sr. Park nem estava morto, até onde eles sabiam. Era quase como se Jungkook o amasse. 

Taehyung parou de repente ao ter esse pensamento. Ele subia as escadas com a ajuda de Hoseok. Estava certo de que aquilo não era verdade. Jungkook era velho demais para o amor. Claro que ele também era velho demais para ter um caso. Mas amor - amor de verdade - era diferente. 

Se Jungkook amasse o Sr. Park, talvez fosse querer se casar com ele. E, se os dois se casassem, ora... ele passaria a ser parte da família. Ah, não! Aquele alfa provavelmente não tinha ideia de qual garfo usar para comer um peixe, de como se dirigir a um general aposentado que também havia herdado o título de barão, de como poderia ajudar adequadamente uma dama ou lorde a montar no cavalo nem... Meu Deus! E se ele começasse a falar com sotaque?

Jungkook e Hoseok haviam chegado à sala de estar, e o irmão alfa olhou em torno enquanto o conduzia para dentro do cômodo. Ele se virou para o irmão mais novo e olhou para ele com a testa franzida. Taehyung se apressou para alcançá-los. 

Hoseok ajudou Jungkook a se sentar. 

— Você pediu chá e um lanche? — perguntou ele a Taehyung em seguida. Ele sentiu o rosto corar de culpa. Rapidamente chegou à porta e disse a um lacaio o que queria. 

Entre Amor e Ódio {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora