Entre Amor e Ódio {Jikook}

Capítulo 14 - Jimin Capturado

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Capítulo 14 - Jimin Capturado

— É claro que os alfas têm utilidade — declarou Lady Irene, como se iniciasse um debate de tópico controverso — Mas dar conselho sobre casos amorosos não é uma delas. — levou a xícara aos lábios e tomou um pequeno gole. 

Jungkook reprimiu um suspiro. Estava em Londres havia mais de uma semana e, até aquela manhã, havia conseguido evitar tia Irene. Aquilo era tudo culpa de Hoseok. Se ele não tivesse sido tão descuidado, deixando uma carta de Taehyung à vista, a tia jamais teria descoberto sobre Jimin e se sentido obrigada a aparecer e fazer uma palestra sobre a maneira adequada de conduzir um caso amoroso. 

Era verdade que Hoseok guardara a maldita carta na gaveta de sua mesa, mas qualquer tolo sabia que aquele seria o primeiro lugar que tia Irene vasculharia quando o mordomo a deixasse sozinha no escritório durante uma de suas visitas. Sem dúvida era culpa de Hoseok.

— Eles são muito sentimentais, pobrezinhos. — emendou a ômega. Ela mordeu uma fatia de bolo e franziu a testa. — O recheio é de ameixa, Jungkook? Eu já lhe expliquei que ameixas não me fazem bem. 

O ômega olhou para a ofensiva fatia de bolo. 

— Creio que é creme de chocolate, mas posso pedir um bolo diferente. 

Tia Irene havia invadido a casa de Jungkook em Londres, se acomodado numa cadeira dourada na bela sala de estar branca e azul e estava praticamente exigindo chá. Para o mais novo a cozinheira tinha feito um trabalho excelente, considerando que não fora avisada sobre possíveis convidados. 

— Humpf. — Lady Irene cutucou o bolo em seu prato, despedaçando-o. — Parece que o recheio é de ameixa, mas se você tem certeza. — deu outra mordida, mastigando pensativamente. — É por esse motivo que eles são um fracasso total nas questões domésticas, mas até que se saem bem administrando o governo. 

Jungkook sentiu-se perdido por alguns segundos, antes de lembrar que a tia estava falando de alfas antes de começar a reclamar do bolo. E se ele fingisse um desmaio? Bem, conhecendo tia, ela provavelmente jogaria água fria em seu rosto até que o sobrinho admitisse que estava consciente e então continuaria sua falação. Melhor ficar sentado e ouvir até o final. 

— Pois bem, ao contrário do que os alfas vão lhe dizer, ter um ou dois casos amorosos, ou até mais, faz bem a uma dama ou lorde ômega. Eles nos deixam mais atentos e, naturalmente, dão uma coloração rosada às nossas bochechas. 

Lady Irene tocou as próprias bochechas com uma unha perfeitamente manicurada. De fato, estavam rosadas, só que mais por causa do ruge (o pó rosa) do que por qualquer outro motivo. Também eram decoradas com três pintas de veludo: duas estrelas e uma lua crescente. 

— A coisa mais importante que uma dama ou lorde ômega deve ter em mente é a discrição. — tomou mais um gole de seu chá. — Por exemplo, eu percebi que, se estamos envolvidos com dois ou mais cavalheiros ao mesmo tempo, é de suma importância que nenhum deles saiba disso. 

Tia Irene era a mais nova das irmãs Littleton. Tia Yeri, que havia deixado sua fortuna para Jungkook, fora a mais velha, e a mãe dele, Sora, a do meio. As irmãs Littleton eram consideradas lindas em sua época e deixaram muitos corações apaixonados pela sociedade londrina. 

Todas as três tiveram casamentos infelizes. 

Tia Yeri se casou com um fanático religioso, que morreu jovem, deixando-a sem filhos, porém rica e depois deixou tudo para Jungkook. Tia Irene se casou com um alfa muito mais velho, que mantinha a esposa constantemente grávida enquanto estava vivo. Tragicamente, todos os bebês tinham nascido mortos ou foram vítimas de abortos espontâneos. Quanto à Sora, sua mãe... Jungkook tomou um gole de seu chá. Quem poderia saber o que dera errado no casamento de seus pais? Talvez eles apenas não fossem apaixonados um pelo outro. De qualquer forma, havia anos que Lady Jeon estava acamada com doenças imaginárias.