Capítulo 5

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Zayn's Pov

Agora, estamos correndo feito dois babacas, abandonando todos os nossos pertences no chão do auditório.
Eu não faço a mínima a idéia de onde fica esse tal "parque", apenas o sigo feito um bobo.
Estou consciente do que pode acontecer mais tarde e irei fazer o póssivel para não me machucar futuramente, mas acho impossível.

Um sentimento tenso surge no fundo do meu coração só de imaginar o que passa pela cabeça do Liam.
E só falto agradecer de joelhos aos céus, por ter chegado vivo nesse lugar.

Mas, logo esse gelo vai embora, assim que avisto uma linda garotinha vindo em nossa direção.
Ela aparenta ter uns sete anos, e os seus cachos são tão dourados quanto a luz do sol.
A pequena anjinha chega bem perto de nós, e educamente se apresenta:

"Oi, sou a Hanna."

Me esforço ao máximo para dizer alguma palavra que soe tão doce e suave quanto sua voz. Só que antes que eu tenha a vontade de abrir a boca, Liam já é o primeiro a cumprimenta-lá.

"Olá, princesinha. Eu sou o Liam e esse é o Zayn."-Diz ele dando uma leve piscadela pra mim.

Morri e ressucitei três vezes quando ele fez isso.

"Brinca comigo?"-Diz ela, apontando para um balanço.

E por um instante, nós esquecemos o nosso real motivo de estar aqui.

"Claro."

Imediatamente, a seguro lhe suspendendo no ar e a coloco no balanço, provocando um longo sorriso no seu rosto.

Liam se candidata a empurrar o balanço e eu fico só assistindo.
A cada impulso que ele exerce sobre o brinquedo, é um sorriso que ganhamos da criança.
E nós dois ficamos extremamente encantados, parecendo dois lerzados.
......

O nosso momento paterno tem fim, assim que a mãe de Hanna aparece e a chama.
Daí a nossa incrível princesinha nos abraça, e diz uma frase que faz os meus olhos se encherem de lágrimas:

"Eu te amo"

Ela solta um beijo com a palma da mão, e volta correndo...

Emocionados, nos olhamos e Liam me dá um forte abraço, o suficiente para que eu fique sem ar. O que me faz desejar que isso aconteça, sendo a melhor forma de morrer, nos braços da pessoa que amo.
......

E como de costume, os momentos felizes nunca são eternos.

Liam me solta e respira profundamamente antes de começar.

"Fizemos uma cena íncrivel hoje no teatro."-Diz ele ao sentar num banco feito de rochas brilhantes.

"É, foi muito bom" -Falei, tentando manter o equílibrio após toda gasto de energia.

Vejo ele respirando fundo e fazendo esforço para me contar algo.
Finalmente, ele diz:

"Cara, não sei como dizer isso...só sei que.... Isto me matando.
Aquele beijo..."

"Eu sei..eu sei... Eu não imaginava que isso te causaria tanto tormento"-falei contendo o riso e me sentando ao seu lado.

"Você está rindo, cara?"-ele riu.

E que sorriso lindo...

"É...é.. Então, eu te beijei porque eu estava muito bêbado naquele dia."-menti.

"Não, não estava."

"Com certeza você sabe que eu não estava, meu bem"-penso

Depois daquele beijo na casa do Louis, o cérebro do Liam não foi o único a entrar em colapso.
Eu fiquei extremamente confuso em relação aos meus sentimentos.
Há uma guerra feroz dentro meu peito que me consome a cada segundo que penso nele.
E eu preciso, com todas as forças que esse mundo possa oferecer, de um chance para liberar essa dor que está me queimando vivo.

"Liam..." -comecei, de cabeça baixa.

Vi o desespero surgir nos olhos dele.

"Não..."- ele escondeu o rosto com as palmas da mão.

Mesmo assim continuei.

"Confesso, que desde o primeiro dia em que te vi.. eu sinti algo diferente, sabe?
Eu não era o mesmo...
E quando você me falou aquelas palavras tão lindas....Eu enlouqueci e quis fazer de tudo, quis ter pelo menos uma chance de poder te tocar."

"Ô cara..."-Liam fala, ao que parece estar desapontado, e eu o interrompo:

"Não, não precisa explicar nada. Entendo que não sinta o mesmo, entendo que aquilo tudo não passou de uma atua..."

"ZAAYN, ME ESCUTA!"- Ele se levanta e altera o tom da voz - "Estou sem reação, mas..."

"Desculpe Liam."-digo, me levantando.

E vou embora, quase chorando.
E dessa vez ele não me impede.

"Droga! Droga! Você é um idiota Sr. Malik! Um idiota! Não deveria ter contado, deveria ter mentido"- digo pra mim mesmo á medida em que as lágrimas tomam conta do meu rosto.

Vou correndo ás pressas antes que o Liam pense em me segurar e eu tenha que olhar mais uma vez nos seus olhos.
As lágrimas que caem, me obrigam que eu as sequem, assim que tomam conta da minha visão quase me provocando um acidente, assim que atravesso a pista.

Eu realmente sou um idiota.

~X~

Ao chegar na escola ouço o grito estrondoso do Louis:

"EU VOU TE MAATAAR!!!"-Diz ele

"Ô Louis... você não pode me matar apenas com um celular na mão."-Digo, tentando disfarçar o choro, mas é inútel, por que logo ele nota.

"Meu Deus. Você esta chorando."

"Não.."- revirei os olhos.

Ele veio em mim, e me deu um abraço bem confortável

"Vamos pra casa, Zayn."-ele disse me guiando até o lado de fora.

Ao entrarmos no meu carro ele começa a me encher de perguntas, que só me lembram coisas que devem ser esquecidas.

"Olha, isso tem a ver com a sua fuga, hoje mais cedo?"-ele diz.

E eu fico calado, no banco da carona de cabeça baixa.

"Foi o Liam?"-dessa vez, sinto a seu tom de voz alterar.

Não respondo mais uma vez, o que lhe provoca uma leve conturbação.

"ZAYN! ME RESPONDE!"- ele insiste mais uma vez, com a mão no volante
pronto pra ligar o motor.

Eu tenho essa rídicula mania de guardar as coisas pra mim, e guardar toda a dor no meu coração. Mas, Louis é meu melhor amigo. Não existe pessoa melhor que ele viva, com quem eu possa desabafar.

"Sim... quer dizer, não. Eu não sei Louis, eu não sei! Eu contei pra ele que eu estou gostando dele."- digo, liberando aquilo preso dentro de mim.

"E o que aconteceu? Ele falou alguma coisa?"

"Quando eu vi o rosto dele em desaprovação..."

"Cara, você pelo menos deixou ele falar alguma coisa?"- ele me diz.

"Louis, ele é hétero..que gosta de garotas, só de garotas. Lembra que você me disse isso?"

"Não importa. Numa situação situação como essa, os dois devem ser ouvidos."-e ele continuou -"Quem sabe ele não tem algo a esconder também?"

Isso me fez pensar um pouco, mas tento urgentemente abandonar a idéia da minha cabeça.

"Ô meu irmão... não me iluda."-digo

"Não estou te iludindo, só lhe apresentando hipóteses."

Ele me dá um abraço forte, enxuga as minhas lágrimas, liga o motor e roda o volante, nos tirando daquele lugar.

Night Changes|(Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora