Capítulo 14

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Zayn's Pov

Dois policias, dois caras fardados de preto e revestidos de armas letais, nos guiam a um corredor claro que nos leva a uma enorme sala.
Tento não parecer nervoso ou algo do tipo, e faço o máximo de esforço para não reagir a qualquer crueldade que eles possam fazer.

Perrie atrás de mim, levada por um outro policial tem um ataque de nervosismo, e isso me faz rir um pouco.

"Senhor, as testemunhas chegaram."-diz um deles após me soltar e abrindo a porta de uma sala.

"Obrigado, Frederick"

Eles nos jogam na sala sumindo atrás da porta, e ao nos virar damos de cara com um homem velho sentado atrás de uma mesa.
Provavelmente ele deve ser o delegado, ou o xerife, ou como prefirir.

Ele pede que sentamos de frente á ele, num ponto em que ele possa olhar pronfundamente em nossos olhos.

"Vou logo sendo bastante claro com vocês."-ele diz.

Olho brevemente para o rosto assustado da Perrie, enquanto o tal delegado nos encara de uma forma bastante tenembrosa.

Me preparo mentalmente para o enorme discurso sobre a maneira de como o Liam agiu noite passada, mas o que sai de sua boca me surpreende por completo.

"Quem é o chefe?"

Ele agora apoia o seus cotovelos sobre a mesa de mármore e cerra os cílios em nossa direção.

"Perdão, senhor. Acho que não entendi"- digo.

Ele revira os olhos em descrença e aparenta suspirar, soltando uma pequena quantidade de ar.

"Pra quem vocês trabalham?"

"Não trabalho pra niguém, xerife."-digo destemido.

Ele soca a mesa com força fazendo o chão inteiro estrondar.

"Ah, por favor, não finjam que não sabem do tráfico de drogas que acontece na frente daquela boate!"

"Tráfico?- Perrie diz.

"Sim. Tráfico. Acho que sabe o que é."- ele retruca.

Percebo que ela se prepara para dizer algo, mas assim que ouço algum som saindo de sua boca, me atrevo em falar logo na sua frente, antes que entremos em um problema pior.

"Desculpe, xerife, mas não temos nada haver com esse problema do tráfico de drogas, apenas viemos salvar o nosso amigo Liam Payne, que deve está em algum lugar por aqui. O senhor poderia trazê-lo?"

Ele se acalma, percebe que ficou bastante exaltado e senta novamente na sua cadeira.

"Lamento, meu jovem. Mas o Sr. Payne está mantido preso por desacato a autoridade e por suspeita de tráfico junto ao seu colega. E em breve irão depor."

"Desacato a autoridade? O que ele fez?"-aumento o meu tom de voz.

"Ele agrediu um de nossos policiais."

"Não agrediu não."-Perrie solta.

"Como sabe mocinha?"

E agora, rezo mentalmente para que ela tenha consciência do que está falando.

"Porque eu sou uma funcionária daquele bar, e eu vi toda a cena da noite passada. O Liam não agrediu nenhum policial, a não ser que o Luke seja um.
E acredito que se estão investigando um tráfico de drogas em frente á boate, vocês deveriam vasculhar todas as câmeras das ruas ou algo do tipo, antes de prender um inocente sem ter provas."

Só falto agradecer de joelhos aos céus por finalmente ela ter dito a coisa certa.

E imeditamente olho em sua direção bastante orgulhoso.

"Tiraremos prova disto."
"Frederick!"-o xerife clama.

Em questões de segundos esse surge na sala, me provocando um leve susto.

"Chame o capitão."

Dessa vez, o policial serviçal demora alguns minutos para chegar com o tal capitão.

Mas ele chega.

E quando abre a porta da sala, logo é atingindo por um banho de perguntas feitas pelo xerife.

"Jake, aquele garoto da boate te agrediu?"

"Não, senhor."

Em seguida, Perrie mostra um sorriso longo e bastante notável no seu rosto, transparecendo estar intensamente feliz por ter a razão.

'Sequestrei' uma garota e ainda saí lucrando. Assim como eu tinha pensado, a presença dessa loira tem me ajudado bastante.

Sem graça e procurando algum lugar para se esconder, o delegado adquire um tom de cor diferente por estar morto de vergonha.

Antes que o capitão Jake desapereça atrás da porta, o velho se prepara para se levantar da cadeira.

"Se provas a inocência de seu amigo, não há nada mais justo do que libertá-lo, não é mesmo?"

Então ele finalmente nos conduz a porta, dispensando todos os outros policias que tentam tomar a sua frente, nos segurando.
E ele nos leva a um outro corredor duas vezes maior do que o que tinhamos visto antes.
A cada momento em que nos aproximamos, os gritos de recém mantidos vão tomando conta de todo o espaço, e os meus olhos desesperados vasculham em busca do Liam.

E quando já estamos bem próximos das celas, e quando alguns presos entram em colapso ao ver a Perrie, noto de longe numa cela vazia, um garoto solitário sentado no chão.

"Zayn!" -Liam grita.

"Eu estou aqui, meu bem."

O próprio xerife abre a cela, fazendo com o que o Liam de imediato, pule em meus braços me abraçando fortemente.

Ficamos alguns segundos abraçados, protegendo um ao outro, até sermos interrompidos por uma voz.

"E o que fazemos com o outro?"

Outro?
Ah.
O Luke.
Por mim, o queime se for necessário.

"Solte-o, por favor." -Liam diz.

Mas o quê?

Imediatamente, ele libera o Luke com a ajuda de dois policiais, e logo o garoto já está caminhando conosco pra fora da delegacia.

Não acredito que depois de tudo isso o Liam ainda age normalmente com ele.

O delegado nos acompanha até o lado de fora e se desculpa por todo o mal entendido, pedindo perdão, principalmente a Perrie.

A adorável boneca de porcelana corre para os braços do Liam, e o abraça loucamente, e em seguida ela se apresenta, o fazendo rir um pouco.

"Valeu, doidinha. Você é dez!"

"De nada, Liam."

Não perco a chance de lhe ter só pra mim, então lhe dou um rápido beijo em seus lábios, e logo ele o retribui, me fazendo corar.

Mas nem tudo termina como queremos, eu e o Luke ainda não nos falamos, mas possivelmente nesse instante, ocorre algo pior do que criar inimizades.

"Liam!"-o surgimento inesperado de sua mãe me provoca um doloroso choque cerebral.

Night Changes|(Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora