chapter 1: enter one

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Kim Robotics Company

Há certo tremor no corpo de Taehyung quando ele ver o enorme tecido que cobria seu mais bem desenvolvido trabalho ser tirado. A presença de vários empresários nessa sala e tantas outras pessoas importantes, inclusive seu pai, Kim Jonghyung e sua irmã mais velha, Kim Namjoo, transmitem incerteza a ele. Não pode decepcioná-los. Não de novo.

- Apresento-lhes o primeiro modelo desenvolvido na robótica que pode reagir através da percepção sensorial. Seu nome é Enter One - Taehyung falou calmamente, mesmo que estivesse queimando de nervosismo por dentro. Ele se aproximou do androide em pé, braços e pernas alinhados, cabeça baixa, tocando levemente atrás de sua nuca, uma pressão leve no botão inicial que levava seu nome, fazendo o androide se animar, levantando o olhar que percorreu vagamente, no automático, por toda a imensa sala.

Ele ouviu alguns murmúrios baixos de surpresa, e isso o deixou empolgado.

- Olá. Eu sou Taehyung, seu desenvolvedor. Pode me dizer o seu nome? - Taehyung perguntou diretamente para o robô, vendo os olhos castanhos o fitarem. Os pelos de seu corpo estavam arrepiados. Ele tinha feito isso, e era realmente bom no que fazia.

- Eu sou Enter One - a voz era macia, apesar dele ser um robô. Taehyung sorriu pequeno e orgulhoso para sua obra, ciente que de costas ninguém poderia ver seu momento de fraqueza.

Virou-se, gostando dos olhares impressionados que recebia. Mesmo seu pai e irmã pareciam mais maleáveis. Só precisava terminar suas apresentações e pronto. Ele não precisaria de mais nada para provar a si mesmo.

- Como dito, EO é capaz de reagir por percepção. Eu darei um exemplo básico a vocês, vejam bem - Taehyung falou, olhando para o lado e recebendo um isqueiro longo de um auxiliar. Então ele olhou para todos na sala antes de virar-se para Enter One, tentando garantir que todos pudessem ver. - Aproximarei o fogo na mão do robô, e ele irá se afastar ao captar a sensação do calor pela percepção sensorial. - E assim ele o fez.

O calor deve ter durado por quase dez segundos, esses que atormentaram Taehyung lentamente. Quando chegou aos quinze segundos que o fogo estava próximo dos dedos do androide, ele ouviu um bufo decepcionado. Ele quase sentiu toda a sua fachada cair.

Desligou o isqueiro e o segurou com força enquanto virava-se para todos novamente, observando certo descrédito. Queimou em seu peito como fogo, e agora parecia que sempre foi ele a ser o queimado.

- Ainda está em fase de testes, é normal que isso aconteça. Mas logo esse espécime estará reagindo prontamente aos sensores, eu garanto - tentou dizer com a voz mais confiante possível.

Ele deu lugar a outros especialistas, e algumas horas depois, a reunião tinha sido encerrada.

Muitos foram os que saíram sem olhá-lo uma segunda vez. Alguns poucos vieram e cumprimentaram-no no fim da reunião, certamente esperançosos de seu trabalho. Quando tudo que restou foi seu pai e irmã, ele fechou o punho com força, já se preparando.

- Isso foi uma vergonha - Jonghyung falou com desgosto. Ele certamente poderia se orgulhar de Taehyung algumas vezes, mas naquele momento não. - Você teve um ano para trabalhar nisso, Taehyung, e ainda me trouxe com defeito?!

- Um ano é pouco tempo, eu ainda estava preparando EO quando você me mandou apresentá-lo. Eu disse que estava em fase de testes! - Taehyung resmungou frustrado. Só precisava de tempo, mas era a única coisa que não tinha. Viu seu pai negar com a cabeça, já sem esperança, e desesperado, falou: - Apenas dois dias. Vou trabalhar nos últimos ajustes dele. Vai ficar bom, você vai ver!

- Não, Taehyung. Você teve tempo suficiente para isso e não conseguiu fazer algo que preste.

- Não fale assim dele - Taehyung respondeu baixo, sem olhar para o pai. Tinha certeza que não aguentaria tanta pressão de novo.

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