VI.

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Não fuja de seu passado, aprenda com ele...

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Domingo, 25/11/2018 - 9:30 AM
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P.O.V de Élpis

É difícil ter de falar sobre o passado e ter um tão conturbado é ainda pior. Mas Jake está esperando por uma explicação e eu sei que é melhor lhe dar uma do que eu deixá-lo ser devorado pela curiosidade.

"Você não precisa me contar...é...se não quiser.", diz ele, me pegando de surpresa.

Às vezes Jake é estranhamente gentil.

"Mas você quer saber, não quer?", pergunto, enquanto eu lhe lanço um olhar levemente malicioso.

Ele apenas engole em seco, enquanto tenta sorrir, parecendo envergonhado.

"Bem... Eu tinha 12 anos de idade... Isso rolou no dia de meu aniversário...", começo, tentando me lembrar de cada detalhe que alimente a explicação, enquanto Jake me ouve atentamente.

Flashback on

15/04/2007

P.O.V de Élpis

Eu estou escondida no jardim enquanto tento entender o que tia Ana quis dizer com 'adotada'. Eu estou sentada em um canto, segurando um dicionário contra o peito e de pernas cruzadas. O cheiro das tulipas e das rosas me acalma, mas não o suficiente.

Papai pareceu preocupado quando percebeu que eu estava ouvindo à conversa deles, mas fugi do escritório antes de que um dos dois decidisse me dirigir uma palavra sequer.

Eu respiro fundo e então abro o dicionário, procurando, com atenção, pela palavra adotada. Rapidamente, eu encontro o verbo que diz respeito à tal palavra e logo começo a ler o que o dito-cujo diz sobre a mesma.

Adotar: receber como filho, assumir, tomar, aceitar...

Eu paro ao perceber do isso que se trata enquanto a minha respiração 'congela'.

"O meu pai não é o meu pai?", me questiono, sem acreditar.

"Quando ele ia me contar?", pergunto, em voz alta, mas embargada.

Lágrimas começam a cair de meus olhos enquanto eu me pergunto por que fui adotada e por que não me disseram a verdade desde o início.

Eu fecho o dicionário com raiva e passo as pontas dos dedos debaixo de meus olhos, mas eu detenho os meus movimentos quando ouço a voz inconfundível de papai. Eu começo a pensar se ainda devo chamá-lo assim.

"Élpis!? Onde você está?", exclama ele, e eu suponho que o mesmo não esteja muito longe.

Eu não respondo, pois decido engatinhar para trás de uma roseira e me esconder melhor, deixando o dicionário de lado.

P.O.V de Carlos

Eu estou procurando a minha pequena Élpis no jardim, mas é difícil de encontrá-la quando ela sabe se esconder tão bem. Eu caminho devagar, atento aos ruídos ao meu redor, enquanto vasculho alguns arbustos.

Eu estou preocupado, a minha garotinha deve estar confusa e magoada, e, se entendeu o que a minha irmã deixou escapar, ela está, com certeza, revoltada por ter sido enganada esse tempo todo.

Élpis: A Esperança é a Última Que MorreOnde histórias criam vida. Descubra agora