Katherine
- Bom dia! - fui a simpatia em pessoa com a garota da secretaria, que a propósito, não respondeu. Mal educada - Eu vim pegar meu horário de aulas - sorri.
Ela murmurou alguma coisa inaudível, e eu sinceramente não entendi.
- Desculpe, não entendi. Pode repetir, por favor? - sorri amarelo, sentindo que ela me enxotaria de lá aos gritos, me atacando com o telefone.
- Nome. - ela ergueu o tom de voz, o que me fez tremer.
Ok. Vamos parar, Katherine? Sentir medo da garota da recepção... que infantil.
- Katherine Jill Hastings - disse, olhando para ela.
Foi então que ela olhou pra mim, pela primeira vez. E eu pude ver seu rosto. Ela era completamente familiar... talvez tenhamos brincado juntas, alguma vez, quando crianças.
Mas ao olhar para mim, soltou uma risada debochada e voltou a atenção ao computador. Isso estava começando a me irritar.
- Não matriculada. - ela olhou pra mim, novamente. E sorriu ironicamente.
- O que!? É impossível, ok!? Eu me matriculei a meses atrás! E mandei minha transferência da outra faculdade!! Isso é uma completa injustiça! - admito, eu estava quase fazendo um escândalo, e parece que isso a irritou.
A garota se levantou, e olhou para mim, com muita raiva. Senhor...
- Escuta aqui, Hastings. Não é porque você chegou agora, depois de anos, que pode achar que as coisas vão estar exatamente iguais. As coisas mudam. Você não vai ser pra sempre a queridinha de todos. Na verdade, já deixou de ser. A partir do momento em que você entrou naquele avião, Katherine Hastings deixou de existir em Amsterdã. Então não pense que pode aparecer e ter todas as pessoas de volta, porque a maioria delas... você já perdeu.
Ouvir aquilo, saindo da boca de uma completa estranha - talvez não - foi... horrível, simplesmente acabou comigo. Então, olhei bem para a garota da recepção, planejando dizer as coisas mais horríveis que ela provavelmente ouvira na vida. E percebi... claro... aqueles longos e - exageradamente - sedoso cabelos loiros, seus lindos e brilhantes olhos azuis, e principalmente, aquele jeito de superioridade que ela sempre teve... a garota da recepção era Amber Taylor.
Amber? Desde pequenas, não éramos fãs uma da outra... ela era a típica garota mimada. Filha do diretor, linda e completamente insuportável. Por incrível que pareça, Amber não era o tipo de garota mais cobiçada da escola ou coisa do tipo. Ela era sim, linda, e tinha tudo pra ser cobiçada. Mas a garota mais cobiça da escola era ninguém mais, ninguém menos que... eu! Tá, isso soou meio esnobe, mas é a verdade. E acho que por esse motivo, ela nunca gostou de mim.
Quando voltei à mim, percebi que ela ainda estava me olhando, meio que esperando uma resposta. Planejava mandar ela à puta que pariu, mas a única coisa que saiu da minha boca foi:
- Obrigada, Taylor. - e simplesmente saí correndo, como uma criança com medo do monstro em baixo da cama.
Achei melhor ficar por entre os corredores e pátio, esperando algum de meus amigos aparecerem pra me explicar o que diabos a filha do diretor fazia numa cadeira de recepção. A não ser que ela só tenha zombado da minha cara e que estava lá por coincidência do destino para me fazer ficar mal no meu aniversário de 22.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Back Home
RomancePLÁGIO É CRIME. Violar direito autoral dá pena de detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. art. 3º da Lei nº. 9.610/98 Não aconselhado para menores de 16 anos. [PG-16] "Você pode mudar tudo. Pode aprender a voar e perseguir os seus sonhos. Pode rir e...