A repórter Alana Pinheiro foi levada para uma sala acompanhada de dois guardas na ala psiquiátrica da prisão, ela era completamente cinza, com cadeiras de plástico e uma mesa de pedra dividindo os dois.
- Boa tarde, Rafael - Disse a repórter um pouco nervosa.
- Boa tarde. - Ele respondeu de forma simples. - Você pode adiantar logo as perguntas? Não tenho paciência para essas entrevistas.
- Você sente alguma remorso do que fez? - Ela foi direta, Alana também não gostava de enrolações durante entrevistas, mas ela queria ser política.
- Não, eu deveria?
- Como vocês se conheceram?
- Ela era amiga da minha ex-namorada, eu gostava de segui-la pelos locais, demorou para ela notar que eu estava fazendo isso, eu estava completamente apaixonado por ela.
- Se você amava ela, por que não se arrepende do que fez?
- Não podemos mudar o passado, não tem porque se arrepender se não pode mudar.
- E por que você matou ela?
- Eu amava a Aisha, ela era minha e eu era dela, não queria mais ninguém além dela, mas também não queria terminar com a minha ex. Um dia, decidi que ia fugir com a Aisha, se a gente fugisse, eu não iria precisar terminar com a Lorena, eu já teria ido embora, mas, enquanto estávamos chegando em Osasco, ela disse que não queria mais ir embora, que queria voltar, mas ela era minha e eu era dela, eu não ia deixá-la ir para longe de mim e voltar para o Sudão, a única forma de não deixá-la ir era obrigando-a ficar. - Ele sorri enquanto fala, de forma que Alana sentiu um frio na barriga assustador, observando aquele sorriso tão estranho do habitual, não era um sorriso feliz e nem um sorriso forçado, era um sorriso maléfico - Agora ela está aqui, para sempre.
- Ela não está aqui. - Murmurou a repórter e o loiro franze o cenho.
- Ela está sim! Ela está aqui! - Ele levanta o tom de voz e a Alana se encolhe na sua cadeira.
- Ela não está aqui, ela morreu.
- Morreu para ficar do meu lado para sempre.
- Ela não está do seu lado, ela morreu, ela não existe mais.
O impacto deixou uma marca vermelha no seu rosto, foi questão de segundos para afastá-lo de cima da repórter enquanto ele socava o rosto da mulher, mas aquela imagem de um homem com um metro e oitenta, barba a fazer, olhos azuis e cabelo loiro comprido em cima dela socando seu rosto de forma violenta fazendo-a sangrar ficou marcado para sempre em sua memória.
Os guardas levaram ele embora mas, a câmera gravou tudo, inclusive ele gritando enquanto saia do local que ela estava viva com ele, dentro dele e que ele ainda pertencia à Aisha. Alana foi embora dali com uma matéria, sabendo que aquilo iria render muito dinheiro, mas, também tendo plena noção que iria gastar tudo em psicólogos e psiquiatras para esquecer o momento que tinha acabado de viver, o ápice da sua carreira e o fim da sua saúde mental.
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𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐃𝐈𝐀𝐑𝐘, cellbit
Fanfiction{+ rafael lange} ❝ se isso for amor de verdade, o amor dói tanto quanto todos falavam em filmes ou livros.❞ aonde um diário é encontrado em um manicômio abandonado finalmente encerrando um caso criminal aberto a dois anos.