Parte 11.

98 13 33
                                    

Não há nenhum tipo de situação problemática que não possua uma possível saída, seja ela difícil ou não, se nós descobrirmos nosso limite e disposição para lidar com isso as chances de achar uma solução e efetivá-la só aumenta. Em situações de fuga, por exemplo, o cérebro prepara o corpo inteiro para que a ação seja realizada de forma eficiente.

Desde os primórdios os nossos ancestrais lidavam com situações perigosas ativando seu instinto de sobrevivência. Naquela época, quando você encarava um tigre-dente-de-sabre faminto a única opção era correr ou lutar. Situações de alto risco exigiam que o corpo inteiro se ajustasse para lidar com a ameaça iminente. Era ficar e lutar, ou dar meia volta e correr pela sua vida.

E nesse momento, enquanto encarava os olhos ferozes de sua mãe, o cérebro de Jungkook trabalhava para encontrar a melhor solução de fuga, sua respiração acelerou e seu coração saltava em seu peito. A adrenalina se espalhava por todo o seu corpo enquanto sua mente trabalhava em busca de uma ação imediata para tentar evitar qualquer conflito em vista.

Seria melhor sair correndo em direção ao forte del Morro e tentar viver entre os canhões não funcionais como um hospedeiro? Mas aí talvez eu morra de fome. Ou pular a muralha para um dos telhados de La Perla e correr até o oceano? Talvez eu consiga nadar de volta para Portland e ser sustentado por Jin.

Ok, Portland então.

Jungkook girou o corpo em direção ao limite da muralha, seus joelhos semiflexionados preparados para correr e saltar enquanto Jimin o olhava confuso. A pele de Jungkook parecia ter perdido todo o sangue, ou melhor, parecia que seu rosto havia sugado todo o fluido de seu corpo concentrando-o em uma tela vermelha. Seus músculos tencionaram e suas coxas pareciam rígidas e prontas para um disparo rápido e certeiro. Mas então por um momento ele deixou seu olhar vagar entre Jimin e seus pais que atravessavam a rua apressadamente.

- JUNGKOOK! – A voz de sua mãe agora estava ainda mais alta, as pessoas ao redor direcionando a atenção à situação, murmurinhos surgindo ao redor deixando-o ainda mais envergonhado. É agora ou nunca. Seu corpo se impulsionou para frente incitando um novo grito. – NÃO SE ATREVA A CORRER!

E então ele tomou a sua decisão.

Seu corpo congelou, incapaz de se mover em qualquer direção e enfrentar a ameaça que o afrontava.

Ele se arrependeu imediatamente.

Mas nada mais pode ser feito quando o aperto forte em seu braço o impediu de se mover, e suas pernas tremeram com a adrenalina. Ele olhou para trás apenas para ver seus pais no limite da calçada, apenas a 2 metros de distância. Sua mão segurou o pulso de Jimin que o mantinha agora no lugar, seus olhos implorando silenciosamente para que ele o deixasse pular e chegar ao mar.

- Que pasa neno? – Jimin franziu o cenho em confusão, analisando o rosto agora pálido e assustado de Jungkook. Quando sentiu a aproximação do casal girou o rosto para encará-los, imediatamente notando a semelhança entre as três figuras próximas. - Esses te chamando... ¿Son tus padres?

Engolindo em seco, Jungkook assentiu fazendo Jimin soltar seu braço e estender a mão em comprimento. – Hola señor e señora, eu sou Jimin.

A mãe de Jungkook observou a mão estendida diante de si, seu olhar alternando entre o rosto de Jimin e seus dedos calosos, até que sua testa se franziu. Seu olhar varreu o garoto de cima para baixo, parando no piercing que reluzia em seu umbigo sob os agora escassos raios de sol. Ela arregalou os olhos e levou a mão à boca evitando o som chocado de soar alto. Jungkook estremeceu e amaldiçoou o ar com um murmuro. Foi seu pai quem retribuiu o gesto com um aperto, pigarreando ao juntar a mão à de Jimin.

Baila Conmigo - JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora