Parte 9.

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É isso, é agora, definitivamente eu vou ter um faniquito, eu vou cair duro no chão e passar dessa para melhor. Pai, mãe, obrigado por tudo, eu vivi uma boa vida até agora.

Um arrepio percorreu sua espinha no momento em que o senhor havia entrado gritando na sala, novamente, Jungkook não estava completamente habituado à língua nativa, mas, hijo de puta era definitivamente um termo que ele já havia aprendido muito bem. Ele havia passado uma tarde inteira aprendendo possíveis ofensas para usar com Jin, sem que este soubesse, é claro. Infelizmente, o vocabulário de Jin parecia muito mais extenso que o seu. Por que ele não veio para Puerto Rico então já que se acha o sabichão?

Mas a grande questão no momento não era essa, a questão era, que o provável avô de Jimin havia aparecido gritando hijo de puta, em uma conduta absolutamente ameaçadora. Tudo bem que ele parecia ser pelo menos 15 cm menor que Jungkook, mas ainda assim, ele tinha uma colher de pau em mãos, e uma cara de quem estava muito, mas muito bravo. Se Jungkook tinha certeza de algo, era que ou ele ia morrer, ou ele ia ser morto. Mas vivo dali ele não iria sair.

Seus olhos confusos e assustados encararam Jimin em um pedido de socorro, suas pernas quase tremendo com o nervosismo, ele engoliu em seco ao mesmo tempo em que sentiu o suor escorrer pela lateral de seu rosto. Eu não vou aguentar, não vou. Céus! E se eu me borrar? Não, que vergonha! Jungkook você não pode, você definitivamente não pode! Instintivamente ele levou as duas mãos à própria bunda, como se pudesse conter qualquer coisa que ameaçasse sair de dentro de si.

Uma gargalhada estridente o tirou de algum possível transe, e então ele percebeu que Jamile não só havia se aproximado, mas agora parecia rir de seu desespero e tormento. Como pode alguém tirar sarro da sentença de morte de outra pessoa dessa forma? Ainda mais alguém tão baixinho assim. Seus mirantes, tão arregalados, o denunciando como o projeto de emocionado que ele era.

Jimin deu um passo à frente cutucando o braço de Jamile, que prontamente quase lhe arrancou o dedo com uma dentada. – La bendición mi abuelito, ¿de verdad vas a gritar así a tu nieto? Sólo fui brevemente a la playa. No seas así, mi hermoso abuelito. – Jimin passou o braço ao redor do pescoço do avô, sua voz em um timbre tão doce que lembrava um domador tentando acalmar uma fera selvagem.

- Cállate descarado! Voy a hacer que te tragues cada uno de tus dientes. – A colher de pau zuniu no ar e acertou em cheio no braço de Jimin, fazendo-o se afastar enquanto alisava o local da pancada. Jungkook inspirou profundamente sentindo seus joelhos dobrarem e as pontas dos seus dedos congelarem.

- Ay, abuelo! Dame eso. – Jimin arrancou a colher de pau da mão do avô, impedindo-o de atacar novamente. - Tenemos una visita abuelito, saluda. – Ele se inclinou deixando a colher em cima de uma estante mediana, onde haviam uma televisão pequena, alguns porta-retratos e bugigangas.

Pela primeira vez o avô de Jimin olhou diretamente para Jungkook, finalmente o notando desde que chegaram. Jamile sorria divertida jogada em um sofá de estampa florida, ela parecia esperar por um caos ainda maior do que havia sido presenciado até então, fazendo Jungkook começar a acreditar que de fato ele não deveria se enganar com a garota. Como Jimin a chamou mesmo? Diabla? Acho que vou ter que concordar.

- ¿Quién es ese? – O avô analisou Jungkook dos pés à cabeça, por fim parando o olhar no rosto pálido para então franzir a testa e entortando a boca. - ¿Un gringo agrio?

- ¡No digas eso, abuelo! Este es Jungkook. ­– Jimin se inclinou para sussurrar próximo ao ouvido do avô, mas ainda assim sendo audível. - Me gusta el. Sea amable con él. – Ele abraçou seu avô deixando um beijo na bochecha enrugada, enquanto Jungkook assistia prestes a chorar de tão nervoso. - ¿Por favor, abuelo?

Baila Conmigo - JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora