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Falei bem certo, esperei já que nunca veio aquela sensação ruim que eu sempre senti. Eu me senti bem e eu não sabia o porque e isso me fez chorar ainda mais, chorar que nem um bebezinho. O que ta acontecendo comigo?
-- Você tá bem? -- ele perguntou, sua voz demonstrava preocupação.
-- Pareço? -- falei fungando.
-- Nem um pouco. -- deu um risinho. -- Quer conversar?
Neguei com a cabeça, não quero conversar agora. Ele abriu os abraços, como se perguntasse se eu queria uma abraço. Me encostei no peito dele, seus braços me envolveram e eu fiquei ali, fungandinho até meu choro passar.
Quando passou aquele pequeno ataque olhei pra ele que estava com a cabeça encostada na estante de livros. Que cara lindo.
-- Por quê? -- falei baixinho.
-- Por que o que? -- ele falou agora me olhando.
-- Por que vocês esta falando comigo? Porque você ta perto de mim? Por quê? -- ele deu de ombros.
-- Porque... Porque.. eu nao sei. -- falou fazendo careta.
-- Isso não é resposta. -- apontei.
-- É que você é diferente, você nao liga pros outros, você é valente, corajosa, enfrenta qualquer um e nao tem medo de expôr a sua opinião, você é você, um tipo raro de pessoa, enquanto eu sou o esquisito sem nenhum amigo que só observa você de longe, querendo te dar um oi mas com medo de levar um murro ou algo pior, eu te admiro, e nem sei da onde tirei coragem pra falar com você, acho que no fundo, invejo você. -- falou e dessa vez em um tom nem alto nem baixo, na voz normal.
Eu tava com a boca no chão. Caramba, eu não sabia o que falar. Ele é o cara mais inteligente da sala, aquele cara que sempre é bom em tudo e não se gaba disso, acima disso ele era lindo, mas ele me invejava.
Devo estar sonhando. Dou risada dele, eu invejo ele e ele me inveja, mundo doido em. Balancei a cabeça e olhei pra ele rindo. Ele também sorria, um sorriso que fez meu estômago dar uma cabalhota de vinte pulos. É, doideira. Talvez eu esteja começando a gostar dele. Só talvez, não sei, isso tá muito estranho.
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Opostos Se Completam
Teen FictionQuebrada, sem ninguém e depressiva. É assim que ela vive, sem ninguem. Mas quando ela esquece a mochila em casa e pede material emprestado pra ele, foi a melhor coisa que ela fez na vida. Foi o up que ela precisava. O que não espera é que o passado...