22 . Conhecido ela pra agradecer

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Subimos as escadas e vi quatro portas. Todas eram brancas, menos a penúltima que estava pintada de branco, que estranho.

A primeira porta a direita Erick disse que era o escritório, tinha uma plaquinha de ferro escrito ESCRITÓRIO. Eu nem ia saber que lá era o escritório, pufff... Sentiu a ironia.

A primeira porta a esquerda tinha uma placa de moto, legal, legal, gostei. Ali era o quarto do pai dele, segundo ele, as placas eram pros bêbados da casa não entrarem na porta errada.

A segunda porta a direita, a única pintada de cor preta não tinha uma placa, a tinta era a óleo, então era bem brilhante. Que estranho, por que nao tem placa?

-- Aqui é o quarto do meu irmão. -- Erick informou.

-- Você tem um irmão?

-- Sim, ele não vive muito em casa e é bem diferente de mim, parecido com o pai, só que bem pior, o pai já é de boa. -- disse meio mágoado, infeliz, não gosto disso não.

Paramos então em frente a última porta, a segunda porta a esquerda. Era branca e tinha escrito em canetinha permanente, eu acho né, Rick.

-- Rick?

-- É era assim que minha mãe me chamava. -- falou meio triste de novo.

-- O que ouve com ela? -- falei baixinho.

-- Ela teve câncer de mama e não aguentou. -- sussurrou.

-- Uma pena, sinto muito, queria ter conhecido ela pra agradecer.

-- Agradecer.

-- É, agradecer por dar a luz a esse cara lindo e maravilhoso que eu conheci, que está me mudando mesmo tendo um dia que eu falo com ele.

-- Verdade né, nós nem fizemos um dia que nós conhecemos e já estamos namorando, coisa louca. -- me deu um selinho. -- Quer entrar.

-- O que se acha? Se você não abrir eu arrombo a porta. -- disse toda animada.

Ele gargalhou. É tão bom ver ele rir, ver aquele olhar triste e perdido me deixou infeliz também. Ele abriu a porta do quarto e eu dei um grito animado com o que vi la dentro.

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Opostos Se CompletamOnde histórias criam vida. Descubra agora