1 . Vou matar aula hoje

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Acordo com aquela mini caixa irritante gritando ao meu lado. Aperto o botão que desliga aquela coisa e me remexo na cama, não quero sair daqui.

Eu sei que escola é essencial para meu aprendizado mas eu juro que se eu pudesse bater em quem criou a minha escola eu batia, imbecil, é a palavra que define quem criou a minha escola.

Acho que vou matar aula hoje. Com isso me levanto e olho para o chão tentando achar a localização das minhas chinelas. Quando eu vou dormir eu nao coloco uma juntinha com a outra como toda pessoa normal faria.

Eu jogo pra qualquer canto, mas depois eu tenho que fica procurando. Uma esta na minha frente e a outra deve estar na certa no Japão. Vejo um amarelo berrante debaixo da cômoda, acheii. Ando até lá e coloco no pé.

Sim, não queira fala mal da cor da minha chinela. Eu compraria da cor preta, mas como eu vivo tendo que achar pra onde eu jogo elas eu comprei na cor mas berrante possível, no caso seria o nosso amado amarelo neon.

Quando me olho no espelho sinto pena, ele deve estar em depressão e se achar feio, porque na certa ele racharia porque eu tô de rachar de feiúra. Meu cabelo parece um ninho de gambá, não pelo cheiro, mas pelo embolado que forma.

Mesmo sendo a rebelde como todos falam, tenho cabelos compridos e não tenho a mínima coragem de cortar. Se mexer no meu cabelo leva um murro, se cortar ele, aí sim meu fio é morte, da polícia, dá CIA, FBI, e tudo quanto é lá mais.

Tomo a coragem que não sei da onde veio e jogo um punhado de água gelada na fuça, se eu me arrependo, muito. Aquilo parece que eu dei a cara em um iceberg, uma pedra de gelo pra quem nao sabe. Não me culpe, não tô xingando de burro, mas tem gente que não sabe o que é isso não.

Pois bem depois dessa congelada eu dei um pulinho no chuveiro e tomei um banho bem quentinho. Depois peguei minha calça moletom verde musgo, uma regata preta e um blusão xadrez vermelho.

Coloquei no pé meu converse vermelho e passei a mão na minha mochila cor de burro quando foge, no caso que seria a tradicional cor de café com leite.

Sai de casa e olhei em volta, sem ninguém como sempre. Faço um pão com mortadela e um cházinho. Odeio café, cafeína não bateu o santo comigo.

Saio na rua com um copo descartável de chá matte na mão e o pão com mortadela na boca. Meu celular tava, onde tá esse negócio? Misericórdia que eu não perco a cabeça porque é grudada.

Bufo brava voltando pra casa, quando mexo na maçaneta vejo que esqueci de tranca a porta. Será que eu tranquei as janelas? Entro na casa novamente revoltada comigo mesma.

Checo bujão de gás, janelas, meu celular, carregador, saio de casa novamente com meu celular no bolso, meu chá e meu pão. Tranco a porta e saio correndo pra chegar na porcaria da escola.

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Opostos Se CompletamOnde histórias criam vida. Descubra agora