Capítulo dois

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Papai era daquelas pessoas que acordavam felizes, rindo como se não existisse problemas a serem resolvidos, odiava pessoas assim, por que não podiam só ficar em silêncio?

Já estávamos a caminho do lugar onde faríamos o piquenique, era bem cedo, mas eles estavam falando como se estivessem acordados a horas, não tinha metade da disposição deles, principalmente dos mais novos.

- Você é bem calada- Colin, o irmão que mais come, observou.

- Ainda está cedo, minha alma ainda se encontra na cama- falei e ele riu, olhei ao redor e vi, novamente, Anthony me olhando, ele não parava de fazer isso, desde do momento em que cheguei na casa dele, ela não parava de encarar.

- Como era o lugar onde vocês viviam?- Benedict perguntou, ele estava com um caderno nas mãos, mamãe também tinha um, sorri quando me lembrei.

- Era bem quente, mas o lugar onde vivíamos, era cercado por árvores, bem arejado- ele sorriu quando abaixou a cabeça pra esboçar algo que pensou- Você iria adorar lá, é cheio de cor e paisagens, um ótimo lugar para desenhar- ele me olhou espantado- Minha mãe andava com um caderno igual, a não ser que você escreva, isso deve servir para desenhos- ele assentiu.

- Você também desenha?- ele me perguntou, todos ali sabiam a história da morte da minha mãe.

- Não, me sinto mais confortável só olhando pessoas desenharem- ele apenas assentiu e ficamos ali, com ele observando tudo ao redor. Quando chegamos no lugar, me sentei perto do meu pai, que estava conversando com o Duque, ele era um homem muito bonito, sua mulher não ficava pra trás, afinal ela ainda era uma Bridgerton.

Ficamos ali, no meio de muitos risos e conversas, bom, todos estavam se divertido, eu ainda estava sentada ao lado do meu pai.

- Tem um jardim lá atrás, quer da uma olhada?- papai me perguntou, amava flores, a primeira coisa que papai olhou na nossa casa nova foi o jardim.

- Sim, eu quero- eu me levantei e sai dali, o jardim era incrível, o cheiro era doce. Havia vários tipos de flores ali, dos mais diversos tipos e cores, me aproximei quando vi algumas jasmins, eram as flores preferidas da mamãe, também era o nome dela.

Nem percebi que estava chorando, só me dei conta quando cai ajoelhada perto das flores, me lembro de passar várias horas no jardim com ela, tudo que eu sabia sobre flores, vinha dela.

- Sinto sua falta mamãe, todos os dias, você iria amar essa cidade, os bailes são incríveis, papai está animado com tudo.

Toda vez que papai saia pra resolver algo, voltava sempre com algumas histórias sobre algo que tinha acontecido, ou alguém que tinha conhecido.

- Nós estamos em um piquenique, papai fez amizade com uma família incrivelmente simpáticos e falantes, você iria adorar cada um deles, principalmente Benedict, ele também desenha- respirei fundo e me levantei- Acho que darei alguns dos seus cadernos a ele, pra ter um pouco de inspiração, bom, já vou indo.

Sai dali e antes de me encontrar com todos, limpei meu rosto, assim que me sentei ao lado do meu pai, ele me abraçou e beijou minha testa, notei que Anthony me olhava, mas diferente de antes, dessa vez havia compaixão nos olhos dele, foi quando vi que de onde ele estava, tinha uma ótima visão do jardim.

O resto do dia se passou sem mais emoções, me soltei um pouco mais e fiquei bem próxima de Eloise, a garota tinha opiniões fortes. Na hora em que estávamos indo pra casa, Anthony ficou próximo a mim, e caminhou ao meu lado.

- Seu pai é alguém bem falante- ele comentou e eu ri, papai não parava de falar se você desse ousadia, acho que foi por isso que se deu bem com a família.

-Seus irmãos também, menos você, quase não falou hoje.

- Aprendi a escutar e observar, quando se tem muitos irmãos, você fica bom nisso.

- E o que você conseguiu observar hoje?- ele estava conseguindo me deixar a vontade, coisa que eu não ficava na presença de um homem.

- A senhorita não é alguém falante de manhã.

- Ninguém normal é.

- Está dizendo que meus irmãos não são normais?- ele perguntou com um sorriso no rosto.

- Sim, mas as melhores pessoas são assim- ele sorriu pra mim e caminhamos ali em silêncio, vez ou outra papai me olhava e arqueava as sobrancelhas.

- Bom, você irá ao jantar em minha casa hoje?- perguntou depois que chegamos na frente da minha carruagem.

- Sim, você me verá lá.

- Esperarei ansioso- ele se despediu e saiu, indo em direção aos irmãos, que estavam rindo dele.

Depois de me despedir de toda família, resolvi esperar papai dentro da carruagem. Quando ele entrou, me olhou e sorriu, sabia muito bem o que ele estava pensando.

- Pode ir tirando esse sorrisinho do rosto- falei e ele riu mais.

- Querida, não dá, você vai se apaixonar por ele, já estou até vendo.

- Eu estou aqui na cidade a menos de três meses, isso nem faz sentido, essa foi nossa primeira interação e por que eu estou te dando uma explicação?

- Essa não foi a primeira vez, vocês se olham desde da primeira vez que chegamos aqui- comecei a pensar nisso, fazia sentido, de um jeito estranho, ele sempre estava onde eu estava- Viu, você só prestou atenção nisso agora. Não precisa ficar na defensiva querida, isso é algo bom, foi exatamente assim com sua mãe, quando fui ver, já estava pedindo ela em casamento.

Eu sorri, amava muito a história dos dois, eles nem se deram conta de que se amavam, só deixaram as coisas fluirem.

- Você merece ser amada querida, eu tenho certeza que aquele rapaz pode oferecer isso e muito mais, você só precisa abrir seu coração e olhos- eu apenas concordei e me aproximei mais dele, papai me passava segurança, a mesma que eu senti com Anthony durante a volta pra casa.

- E se der tudo errado?- perguntei porque esse era o meu medo, de ter que sentir que perdi tudo novamente.

- Eu vou estar aqui, pra ficar do seu lado, mas pelo que eu vi hoje, aquele cada vai cuidar de você, vai te amar e você vai ser feliz, só deixar acontecer querida.

Quando chegamos em casa, fui direto para o meu quarto, precisava me arrumar e descansar um pouco. Antes de irmos, me lembrei que daria alguns dos livros de desenho que foram da minha mãe a Benedict.

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Não revisado.

Espero que gostem.
:)

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