Capítulo 25

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Maria Carmichael.

Duas semana ao lado da minha avó ajudou a colocar todas as confusões martelantes no lugar. A Romênia é um país incrível, mas em especial, Bucareste ficou na minha essência depois desses quatorze dias. Inclusive depois que comemoramos meu aniversário, vovó Cian fez um bolo com direito a velinha. Até Ariel ligou por vídeo chamada. Foi perfeito, só faltou meus amigos pra tornar o dia mais especial.

Nessa temporada exploramos a feitiçaria, tanto quanto a bruxaria. Descobri que o meu fator de cura é alto, mas me desgasta como se eu passasse quatro dias sem dormir, isso é preocupante, pois sem saber, eu fui inconsequente depois de levar um tiro. Ninguém em sã consciência sai perambulando feito uma alma andarilha pela floresta, com um buraco em carne-viva no ombro.

Recebi um monólogo da vovó, ela dublou perfeitamente as últimas confusões que minha irmã enfrentou e continua enfrentando em Nova Orleans. Credo, agora entendo a incredulidade dela com a gravidez. Mas isso é história para outro dia.

Andei pensando bastante sobre continuar morando sozinha ou com minha vizinha. Decidi que preciso de um tempo com minha independência para aprender a me virar, ninguém sabe que a vovó viajou, é claro, além dos rapazes e Melissa.

Posso me virar, tem alguém precisando mais da minha vó do que eu. Aliás, eu tenho meus amigos, eles devem estar se metendo em encrencas uma hora dessas.

─ Sua amiga Lyria, ainda não teve alta. ─ Me assustei quase despencando do penhasco, vovó quase morreu do coração correndo em minha direção. ─ Minha nossa! Se afaste da beirada! Quer voar? Outro dia, de preferência escolha um lugar menos mortal.

Dei passos para trás, com os olhos pregados no sol escondendo-se aos poucos. A vista maravilhosa me tirou o fôlego. Nunca me cansarei disso, faz você duvidar da própria dimensão. Olhei vovó com um pequeno sorriso.

─ É Lydia. ─ Corrigi pensando na minha amiga frescurenta. ─ Como estão os outros?

─ Estavam se corroendo com o seu sumiço. Aquele garoto falante parecia que iria parir quando me viu surgir na frente dele. ─ Riu orgulhosa. ─ Querem que você volte logo, alegaram que não se pode sumir sem dar notícias. Fora isso, todos bem. Tirando a Lísia.

─ É Lydia, vovó!

─ Tudo a mesma coisa. ─ Puxou minha mão para caminharmos. ─ Falei com a Melissa sobre a casa.

─ Então...?

─ Está pronta, só falta você querida. Tem certeza que quer fazer isso sozinha?

─ Eu preciso crescer, vó.

─ Eu sei, você já está crescendo, Maria. Monalisa vivia me dizendo que você faria a mesma coisa que ela, custei acreditar até ver com meus próprios olhos.

Ela me abraçou por pouco tempo e se afastou ajeitando a barra do meu vestido de verão. A famosa fita amarela segurava meus cachos em um rabo de cavalo bagunçado.

─ Férias de inverno deveriam durar mais do que quatorze dias. ─ Reclamou suspirando. ─ Hora de voltar a cidade dos horrores, minha neta.

─ Não fala assim vovó. ─ Ri de sua careta.

─ Tem razão, cidade dos horrores é onde sua irmã está. Como se não bastasse ainda se envolveu com a família dos horrores. Só quem salva é a minha netinha e ela ainda nem nasceu. ─ Ficou de frente para mim, segurando minhas mãos. ─ Pronta para o teleporte?

A BRUXA SURPRESA | ᵈᵉʳᵉᵏ ʰᵃˡᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora