i; me desculpe à decepção.

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Fudido.

Essa era a palavra que mais me descrevia no momento.

Alguma coisa naquele alvoroço de pessoas não estava me cheirando bem. Notei que estou sendo observado desde o momento em que cheguei ao local, e eu tenho certeza que eles não querem meu autógrafo. Eu deveria ter ouvido o Christopher, e ter o esperado chegar.

As pessoas gritavam acotovelando-se para trocar dinheiro e gesticulando para se comunicar em meio a tanto barulho. Eu tentei ao máximo não chamar atenção enquanto voltava para o estacionamento.

Saquei o meu celular do bolso e disquei o número de emergência. O Chan não demorou a atender.

— Onde você está? – Questionei.

— Estou quase chegado no Mr. Know. – Ele respondeu do outro lado da linha. – Aconteceu alguma coisa?

— Não ainda. – Olhei ao redor. — Percebi que há pessoas me observando. Resolvi descer e esperar no estacionamento.

— O que merda você tem na cabeça? – Ele praticamente rosnou do outro lado da linha. – Eu me lembro de ter avisado para esperar no Hall do Hotel. Por que, caralhos, você entrou sozinho aí, Minho?

— Eu achei que estava seguro dentro do meu próprio estabelecimento, mas agora estou percebendo que pago as pessoas para se divertirem e não para trabalhar. – Cruzei a porta principal, mas ainda podia sentir os olhares dos abutres perfurando minhas costas. – Se apresse, acho que teremos problemas.

— Chego em cinco minutos. – Disse e desligou.

Ser jovem e dono de um círculo de apostas não são algo fácil. Principalmente quando se é filho de um dos políticos mais filhos da puta que já ousaram pisar nesse planeta. Lee Ji-hu é um dos homens mais influentes da Coreia, sendo o dono de uma rede de hotéis que se estendem por quase toda a Ásia, e, também, do mundo que coexiste embaixo dele, o Mr. Know.

O centro das apostas fica em Seoul e as lutas são transmitidas ao vivo para as sedes. Depois que o meu irmão desapareceu, eu me tornei o responsável por a principal delas que fica localizada na própria capital.

Olhei pelo reflexo de um dos espelhos antes de entrar no elevador, e a barra parecia estar limpa. Revirei os olhos, não se deram ao trabalho de me seguir, ou seja, alguém deve estar me aguardando no estacionamento. Que previsível.

Assim que a porta do elevador se abriu, me retirei sem pressa. Queria saber até onde esse teatrinho iria. Senti algo gélido sendo pressionado na minha garganta, e então sorri. Foi rápido. Bando de amadores!

— Espero que estejam lhe pagando bem. – Levantei as mãos em uma falsa rendição.

— Cala a boca, moleque. – Ao julgar a voz trêmula ao falar, ele estava com medo. – Se não eu corto a sua língua fora.

Eu ri.

— Você é engraçado, vou te dar pontos por isso. – Ele pressionou o objeto cortante com mais força. – Calma, cara. Só estou querendo ter pelo menos um motivo para não fazer você visitar o inferno tão cedo. Você deveria estar agradecido e não nervosinho, sabia?

— Você é muito ousado, garoto. Se continuar assim quem vai visitar o inferno é você, e quem sabe não encontra o seu irmão por lá. – Ele soltou uma risada debochada.

Senti uma veia pulsar na minha testa. De repente uma fúria, que infelizmente, eu já conhecia muito bem reapareceu.

Acertei o cotovelo nas costelas dele. O barulho do metal caindo no chão ecoou pelo estacionamento. Ele perdeu o equilíbrio e se apoiou em um dos carros parados no local.

LIMBO  ҂  LEE KNOWOnde histórias criam vida. Descubra agora