ii; você não é idiota, Yoon Namu.

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Atrasada.

Eu estou, exatamente, quinze minutos atrasada para a aula. Sabem quantas vezes isso aconteceu? Nunca.

Entrei rápido na sala de aula para não atrapalhar a explicação da Dra. Park. Ela não liga para o atraso dos alunos, mas odeia que interrompam a sua aula. Sentei ao lado da Ryujin, que estava concentrada em suas anotações. Espiei o caderno da morena para basear-me no assunto que estava sendo apresentado.

— PCR e RCP. – Ela sussurrou o assunto da aula. – Por que você se atrasou? Você sempre é a primeira a chegar.

— Eu acabei dormindo demais. – Dei a primeira desculpa que surgiu na minha mente. – Ela deu algo importante?

— Não, até agora só revisou alguns assuntos. – Ryujin encarou o meu rosto e fez uma careta. - Você não dormiu bem? Você está com olheiras enormes.

— Cheguei um pouco tarde da clínica.

Menti.

Eu não iria contar para a Ryujin que passei a noite chorando por causa do babaca do primo dela.

— Quando cheguei na sala ouvi o pessoal falando que houve um vazamento de gás ontem à noite e que a clínica ficou interditada até agora pela manhã. – Ryujin estreitou os olhos. — Por que você está mentindo?

Pega no pulo. Fechei os olhos frustrada.

— Não quero conversar sobre isso. – Fui direta.

— Você encontrou o Minho ontem. – Encarei-a assustada. Aquilo não tinha sido uma pergunta.

Ele estava no dormitório. - Ela continuou.

— Não, eu não o encontrei.

E mais uma vez eu menti.

— Porque você continua mentindo? – Ryujin soltou o ar pelo nariz, irritada. – Yoomi viu vocês conversando ontem.

— E por que isso te interessa? Que saco! – Acho que falei aquilo muito alto. Tanto os alunos, quanto a Dra. Park me encaram. Eu podia sentir meu rosto queimar de vergonha. — Me desculpem.

Eu estava muito irritada e nem sabia por qual motivo. Na verdade, sabia sim, mas estava querendo ignorar. Resolvi sair da sala antes que a bomba relógio dentro de mim explodisse.

Não se passaram nem dois minutos e Ryujin me mandou uma mensagem pedindo desculpas. Eu ri. Ela gosta de se meter nos assuntos de todo mundo, mas não faz por mal, apenas gosta de bancar a mamãezona.

Resolvi sentar em uma das mesas do pátio central. O clima estava razoável hoje, o que é considerado um milagre nessa época do ano. Passei um bom tempo observando o fluxo de pessoas entrando e saindo dos seus blocos.

— Buh! – Levei às mãos a boca, impedindo que o som do meu "quase" grito soasse alto de mais. Encarei a loira que sorria atrás de mim. — Desculpa. – Ela sentou ao meu lado.

— Que susto, Yoomi. 

— Foi mal. – Ela riu e encarou a tela do celular. — Você não deveria estar na aula?

— É, deveria. – Suspirei e encarei o "nada" a minha frente. — Estou em um daqueles dias em que gostaria de não ter nem saído da cama.

— Isso tem algo a ver com "aquele que não deve ser nomeado"?

— Gostaria de dizer que não.

— Acabei ouvido um pouco da discussão de vocês quando eu estava voltando para o dormitório. O Minho é um idiota.

LIMBO  ҂  LEE KNOWOnde histórias criam vida. Descubra agora