Olhos dourados, olho vermelho.

O Segredo de Mats

           Era noite do mesmo dia, fazia frio, um frio que já considerava Mats um amigo, pois viviam juntos. Nesse momento, os dois, o frio e o jovem, esperavam naquela mesma sacada onde haviam visto Ocoams pela primeira vez. Segurava com cuidado um pano vermelho desbotado enrolado em algo sem uma forma nítida, segurava com todo cuidado. 

          Ocoams vestia um grande casaco de pele de ovelha azul e branco por cima de seu vestido negro. O caminho da porta do interior da torre até o parapeito foi o suficiente para arrancar-lhe todo calor que tinha acumulado na aquecida sala de descanso. Sentiu falta de um vinho para esquentar.

           Sorriu para ela, já não ficava mais vermelho ao falar isso.

          Ela se inclina na direção do corpo dele, zombando.

         Ela parou próximo ao parapeito e ficou observando o local enquanto seus cabelos esvoaçavam com o forte vento. Mats sabia que era seu espirito nostálgico entrando em ação.

          O jovem Vogano se deleitava com o vapor que saia enquanto falava e reservou uns segundos para contemplar o vapor se desfazendo meio ao céu noturno. Ela se espichava, tentando ver o que havia dentro daquele pano, com olhos que usavam a curiosidade como um vestido chamativo, ele não facilitava para ela.